Funcionário do Manchester United alega ter sido alvo de racismo e agressões
A mãe de Kamarl Nelson, um funcionário de 19 anos do Manchester United, se disse "surpresa, desapontada e machucada" após informar que o filho não recebeu apoio do clube ao denunciar ter sido alvo de racismo e agressões físicas de outros funcionários.
O caso teria acontecido em 27 de fevereiro, segundo o jornal The Guardian, antes de um jogo contra o Brugge pela Liga Europa — vitória inglesa por 5 a 0. Abordado por seguranças que duvidavam que ele trabalhasse em Old Trafford, Nelson foi estrangulado, prensado contra uma parede e agredido no rosto. Os funcionários ainda teriam o chamado de "escravo".
O The Guardian informa que entrou em contato com cinco pessoas que testemunharam as agressões e confirmaram o caso. Uma das testemunhas, identificada com Tom Tatler, de 53 anos, disse que o segurança usou expressões racistas contra o jovem.
"Eu ouvi um dos seguranças dizer: 'Você trabalha aqui?'. Depois (disse): 'Você não trabalha aqui p... nenhuma. Se trabalha, faz o quê? Faz xícaras de chá, limpa chuteiras ou o quê?'", contou Tatler, que confrontou o guarda de Old Trafford. "Eu disse ao segurança que aquilo estava errado (...) e ele disse: 'Vá se f..., cuide de sua vida'", acrescentou a testemunha.
Mat Shufflebotham, que também testemunhou o caso, disse ter visto o garoto cercado por três seguranças, sendo que um deles barrava sua bicicleta para evitar que a vítima seguisse para o trabalho. "Eu não diria que Kamarl era o agressor. Eram os outros três caras", afirmou.
O jovem trabalhou no clube por seis anos e chegou a jogar nas categorias de base do United. Na ocasião da agressão, era funcionário terceirizado e prestava serviços gerais.
A Controlled Solutions Group (CSG), empresa responsável pela segurança nas instalações do Manchester United, negou as acusações. Procurada pelo jornal para comentar as versões das testemunhas, não respondeu a respeito.
Mãe x clube
A mãe de Kamarl Nelson, por sua vez, lamentou o episódio e cobrou uma resposta do clube. "Eu pensei que, uma vez que (o Manchester United) reconhecesse sua ligação com o clube, eles teriam se apresentado, talvez viessem nos ver como uma família. Eles poderiam ter conversado com Kamarl e oferecido pessoalmente a ele alguma garantia de que estavam investigando. Mas nada disso aconteceu", disse Donna James.
"Isso é realmente decepcionante, porque Kamarl tem boas lembranças de estar no United, por ser jovem e fazer coisas por lá. Ele realmente gostou do seu tempo como gandula lá. É realmente doloroso que eles não tenham dado uma resposta mais humana a isso", completou.
O clube teria conversado com o pai e a avó de Kamarl Nelson para informar que o caso está sendo investigado. Via porta-voz, o United informou ter entrado em contato com a família "várias vezes desde o suposto incidente". "Reiteramos nosso compromisso de cooperar totalmente com a investigação policial."
"Fornecemos imagens do circuito interno de TV e outras informações como parte de seu inquérito e encorajamos qualquer testemunha a entrar em contato com a polícia. Aguardamos o resultado dessa investigação", disse o clube. As autoridades de Manchester estão examinando as gravações do estádio.
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