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Ricardo Teixeira aparece abatido em entrevista à CNN Brasil após 3 anos

Gilvan Marques

Do UOL, em São Paulo

14/03/2020 17h45

Após três anos e meio, o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira reapareceu mais magro e com aparência abatida em entrevista concedida ao canal de notícias CNN Brasil. Teixeira não aparece em público desde agosto de 2016, quando o ex-sogro João Havelange morreu.

Na entrevista, o ex-dirigente que foi banido do futebol pela Fifa sob acusação de corrupção se irrita com perguntas feitas pela jornalista Monalisa Perrone e contesta as acusações. "Eu não minto", argumenta ele, em um dos trechos.

O UOL apurou que o clima da entrevista foi tenso o tempo todo. A entrevista vai ao ar amanhã no programa "CNN no Ar", a partir das 20h, com mais de 20 minutos de duração.

A Fifa decidiu em novembro do ano passado pelo banimento do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira do futebol após constatar que ele recebeu R$ 32,3 milhões em propinas pelos contratos da Libertadores, da Copa América e da Copa do Brasil.

Esse valor consta da decisão da segunda instância do Comitê de Ética da Fifa de expulsar o ex-cartola do futebol.

Segundo o documento do Comitê de Ética, US$ 4,2 milhão foram recebido pelos contratos da Libertadores, US$ 1 milhão foi ganho com a Copa América e outros R$ 10 milhões foram obtidos em propinas pela Copa do Brasil — os ex-presidentes da CBF Marco Polo del Nero e José Maria Marim também fora citados. Os pagamentos eram feitos por conexões bancárias estranhas, que envolviam transações em Jerusalém e Hong Kong, de acordo com o processo.

Em sua defesa, o ex-dirigente negou "veemente as acusações que não são mais do que ilações dos advogados dos EUA sem evidências para suportar as acusações".

A defesa alegou ainda que nunca recebeu propina nesses casos. E defende que as acusações são políticas partindo de quem tinha interesse em seu lugar na Fifa. Ainda alegou que o Comitê de Ética não tinha mais jurisdição para julgá-lo porque ele já tinha renunciado aos seus cargos no futebol. O ex-dirigente não foi à sessão de seu julgamento na Suíça, sendo representando por um advogado. Se sair do Brasil, ele corre o risco de ser preso.