Futebol nacional vai na contramão de vizinhos e expõe envolvidos à pandemia
Enquanto a maioria dos países da América do Sul suspendeu campeonatos esportivos e fechou portões como medidas contra a pandemia de coronavírus, o Brasil, nação com o maior número de casos no continente, vê campeonatos estaduais continuarem sem que providências incisivas sejam tomadas. O maior exemplo disso foi a realização do jogo entre Flamengo e Portuguesa, que terminou com vitória rubro-negra pelo Campeonato Carioca no início da noite de ontem.
Maurício Gomes de Mattos, um dos vice-presidentes do rubro-negro, teve a presença do coronavírus no organismo confirmada uma semana depois de voar por mais de seis horas com a delegação inteira do clube carioca. Os jogadores foram submetidos a testes, mas os resultados não saíram antes da partida.
Mesmo com os riscos a que todos os envolvidos no jogo foram expostos, a partida foi mantida. Em entrevista coletiva concedida após o triunfo, Jorge Jesus, técnico do Flamengo, disse que perdeu um amigo para o coronavírus e cobrou a suspensão do Carioca. A Federação de Futebol do Rio de Janeiro convocou uma reunião extraordinária para amanhã, e o estadual tende a ser suspenso.
Ao menos, a vitória do Flamengo aconteceu com portões fechados, assim como todo o restante das partidas do Carioca. Por outro lado, algumas partidas aconteceram com torcida nas arquibancadas. Foi assim no empate entre Palmeiras e Inter de Limeira pelo Campeonato Paulista - a federação local decidiu fechar portões apenas em jogos realizados na capital do Estado.
Assim, a vitória do São Paulo sobre o Santos ocorreu sem público nas arquibancadas. O mesmo acontecerá hoje, quando o Corinthians recebe o Ituano.
Vale lembrar que São Paulo e Rio de Janeiro são os estados com o maior número de casos de coronavírus confirmados no Brasil. Ao menos, Flamengo e Globo entraram em um consenso para transmitir o jogo gratuitamente, já que a partida foi disputada sem público nas arquibancadas.
Em outros estados, jogos aconteceram normalmente, sem restrição de público. Foi comum ver torcedores usando máscaras nas arquibancadas e evitando contatos físicos, como abraços e apertos de mão.
Onde havia espaço suficiente, pessoas tentaram sentar uns longes dos outros. Quem esqueceu o álcool em gel em casa ainda teve a oportunidade de comprar o produto com ambulantes. Isso aconteceu no duelo ente Náutico e Fortaleza, pela Copa do Nordeste, por exemplo.
Os clubes decidiram adotar medidas protetivas por si só: a maioria não deu entrevistas coletivas e anunciou que não iria atender jornalistas no campo e no vestiário. Flamengo e Palmeiras adotaram posturas desse tipo.
Como base de comparação, o Paraguai decretou jogos com portões fechados no país inteiro com apenas dois casos confirmados. Colômbia, Argentina e Chile também terão partidas sem torcida.
Os jogadores argentinos, no entanto, não se contentaram com a medida tomada pela federação local por estarem expostos ao risco de contrair o vírus. O River Plate anunciou que não comparecerá ao jogo contra o Atlético Tucumán, mesmo sob ameaça de multa.
No Peru e no Uruguai, eventos esportivos já foram suspensos, mesmo com muito menos casos do que o Brasil registrou. Pelo mundo, campeonatos esportivos nacionais e até internacionais já estão suspensos, sobretudo na Europa.
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