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Adilson estava disposto a vender jovens para melhorar finanças do Cruzeiro

Bruno Haddad/Cruzeiro
Imagem: Bruno Haddad/Cruzeiro

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

17/03/2020 04h00

Demitido do Cruzeiro no último domingo (15), o técnico Adilson Batista não economizou críticas em suas últimas palavras. Uma delas ocorreu em relação à situação financeira. Atravessando o pior momento de sua história, a equipe viu suas receitas caírem muito se comparadas com o ano passado, e encontra-se sem recursos para melhorar a qualidade do plantel. Pensando nisso, Adilson revelou que topou até abrir mão de jovens promissores como Cacá e Mauricio. Como não foram negociados, o clube segue sentindo os efeitos dos cofres vazios.

"Estou no dia a dia, exponho, abro, troco o que seria interessante. Trabalhei para que vendêssemos o Cacá, não conseguimos. Trabalhei para que vendêssemos o Maurício, não conseguimos. Fui parceiro do clube, isso é importante. Esses meninos terão futuro bonito", comentou o treinador.

Cacá e Mauricio são dois garotos que já ocupam espaço nos holofotes da imprensa e que, por isso, fazem parte de uma pequena lista de atletas que podem gerar boas receitas ao Cruzeiro. Quem despertou os primeiros interesses de outras equipes foi o defensor de 20 anos. No início do ano, o Athletico Paranaense tentou levar Cacá por cerca de R$ 10 milhões, mas a diretoria celeste considerou baixa a proposta. Por duas vezes o clube paranaense tentou contratar o garoto, mas as negociações não avançaram. O CSKA, da Rússia, também demonstrou interesse, mas não oficializou a proposta, frustrando os planos da Raposa.

Sobre Mauricio, o meia de 18 anos foi quem mais se destacou na temporada até aqui, e é tratado como uma das maiores joias do elenco, mas não recebeu oferta satisfatórias até o momento.

A principal queda nas receitas do Cruzeiro diz respeito às cotas de TV, já que agora o clube disputará a Série B do Brasileirão. Por causa dos atrasos de salários, além de pendências como direitos de imagem, 13º e FGTS, vários jogadores conseguiram a rescisão na Justiça, saindo do clube de graça. Até o momento, a única venda efetivada foi do lateral direito Weverton, vendido ao Bragantino por cerca de R$ 4,5 milhões.

A nova política financeira também impede que o Cruzeiro contrate jogadores caros ou com altos salários. A folha salarial, antes avaliada em R$ 15 milhões, caiu para menos de R$ 3 milhões, valor necessário para que a diretoria consiga honrar pelo menos esses atuais compromissos.

Sem dinheiro entrando nos cofres, as contratações foram mais modestas, com jogadores chegando em gratuitamente, em condição empréstimo ou tendo os custos divididos com outras equipes, como foram os casos do lateral esquerdo João Lucas, dos zagueiros Marllon e Ramon, dos volantes Filipe Machado e Jean, do meia Everton Felipe e dos atacantes Jhonata Robert, Roberson e Marcelo Moreno.

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