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Mattos rebate rótulo e exalta parceria do Atlético por reforços: "benéfico"

Alexandre Mattos é apresentado como novo diretor de futebol do Atlético-MG - Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG
Alexandre Mattos é apresentado como novo diretor de futebol do Atlético-MG Imagem: Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

17/03/2020 12h41

Alexandre Mattos foi apresentado na manhã de hoje (17) pelo Atlético-MG. Em sua primeira entrevista no novo cargo, o diretor de futebol se manifestou sobre a contribuição de parceiros na busca por reforços no mercado da bola e rebateu o rótulo de que "gasta muito dinheiro" na gestão do futebol.

Depois de trabalhar no Palmeiras, onde contou com auxílio da Crefisa em contratações, o dirigente exalta este modelo de investimento no esporte.

"Não [é perigoso], é benéfico. Todos os clubes devem ter grandes patrocinadores. Na chegada ao Palmeiras, não tinha o patrocinador. Tinha uma dívida enorme com o ex-presidente, que foi paga em 2017. Mostrar o projeto, aquilo que deseja fez com que o patrocinador fosse para o Palmeiras. Aqui é a mesma coisa. Muita gente fala: 'olha, ele gasta muito'. Se você tem a condição de comprar um atleta e pagar um valor X, você tem que fazer", declarou.

"Não estamos em uma empresa com fins lucrativos. Temos uma gestão de futebol que precisa andar com o que você tem de recursos. Não tem problema nenhum. Se todas as equipes tiverem grandes patrocinadores, o clube só tem a ganhar, o Atlético só tem a ganhar, mas com muito pé no chão. Não podemos fazer nada que não é possível", acrescentou.

Criticado pelo excesso de gastos em Cruzeiro e Palmeiras, seus dois últimos clubes, Alexandre Mattos respondeu. O dirigente rebateu os detratores e disse que trabalha com responsabilidade:

"Minha chegada ao América foi uma oportunidade, o América talvez vivesse o pior momento da sua história. Quando eu cheguei, o América estava com sete meses de salários atrasados. Saí de lá com o América na primeira divisão. Cheguei ao Cruzeiro com uma dificuldade financeira enorme, dificuldade técnica também, mas conseguimos recursos e conquistas. O Atlético, a situação está bem melhor em questão de estrutura. Na questão financeira, o presidente Sérgio Sette Câmara conseguiu equalizar as contas. As pessoas costumam rotular muito no Brasil: "ah, o Alexandre gasta muito". Mas é só ver como estavam os clubes quando cheguei e como estão hoje. Vamos fazer tudo conforme as possibilidades financeiras do Atlético", comentou.

Ele ainda falou sobre outros pontos em sua entrevista na Cidade do Galo. Confira alguns trechos:

Busca por goleiros: "Temos grandes goleiros, mas a avaliação é sempre feita em todas as posições. Sempre que o Atlético precisar, tiver possibilidade financeira e tiver no mercado, vamos contratar. Acabou de chegar o Rafael, que é um grande goleiro, temos o Victor, que é um ídolo da história do clube. Ainda temos o Michael, estamos bem servidos. Se houver a possibilidade financeira e uma opção, vamos atrás, como em qualquer outra posição".

Inspiração em Eduardo Maluf: "O [Eduardo] Maluf conseguiu, na minha opinião, ser o melhor diretor-executivo profissional do Cruzeiro e do Atlético-MG. Ele conseguiu essa façanha. Não vou dizer que quero me aproximar, porque não vou conseguir. Eu já disse isso várias vezes e, se hoje estou aqui, é porque já vi o Maluf fazer o que ele fazia. Sou um funcionário que visto a camisa, brigo, protejo, blindo. É assim que vou fazer aqui no Atlético para tentar com todos que aqui estão uma equipe muito forte e vencedora".

Por que escolheu o Atlético-MG: "O Atlético, não preciso dizer, é uma das grandes forças do cenário mundial. Todo profissional tem desejo de trabalhar em grandes equipes, o Atlético é uma das grandes equipes. A minha relação com o presidente também, conheço há muito tempo, é um amigo que eu tenho. Sempre que estava do lado oposto, em outros clubes, vi como impressionante o que a torcida do Atlético sempre fez. São projetos em um momento diferente. A minha chegada ao Palmeiras era bem específica, precisava de uma reestruturação em 2015. O foco era grande no Campeonato Brasileiro, o presidente aqui também me disse que tem esse foco".

Badalação no cargo de diretor de futebol: "Não só a minha pessoa, mas nenhum diretor executivo quer badalação. O que vale é ganhar no futebol. Quando você ganha é o melhor, mas quando não ganha, não serve para nada. Essa é a cultura que a gente tanto cobra no futebol, de resultados, de demissões... E isso se repete. Eu fui protagonista do Brasileiro, com vices, títulos e um terceiro lugar. Antes da parada, o Palmeiras era o melhor time, melhor campanha da Libertadores. São coisas que a gente tem que enfrentar no futebol, trabalhando com pressão de buscar resultados. Sou, hoje, um profissional muito mais preparado e maduro. A gente tem erros e acertos, acredito que muito mais acerto. O legado é importante. Só ver o que tem de legado no Palmeiras até hoje. Há jogadores, profissionais... É o que espero fazer no Atlético, um grande trabalho. E, no dia que saí daqui, deixar um legado importante para o Atlético".

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