Vampeta explica decisão de Livinho no Audax: 'Saiu caro porque virou piada'
A contratação (e rescisão de contrato no dia seguinte) de MC Livinho para atuar como jogador profissional pelo Audax gerou dúvidas sobre os motivos que fizeram com que o cantor desistisse dos gramados de forma tão repentina. Segundo Vampeta, presidente do clube paulista, a contratação não foi apenas marketing: a intenção era fazer com que ele realmente entrasse em campo.
"O Audax pertence a uma família, do Mário Teixeira. E essa família é muito amiga desses MCs. Os clipes deles são gravados na casa do senhor Mário. E o Livinho tem o sonho de disputar uma partida como profissional. Ele participa de todos esses jogos festivos de final de ano e joga bem. Então, ele assinou um contrato de três meses com o Audax, com um salário mínimo, registramos, era sério", contou o campeão mundial com a Seleção Brasileira em entrevista ao Programa Pânico, da Rádio Jovem Pan.
Vampeta explicou que a carreira de Livinho não decolou devido à dificuldade de conciliar os compromissos artísticos com a rotina de atleta profissional: "Quando o nome dele saiu no BID [Boletim Diário Informativo, sistema da CBF que registra os atletas], perceberam que as datas não batiam. Porque ele não ia parar de fazer shows por todo o Brasil. Aí saiu caro porque virou piada, todo mundo dizendo que ele nem começou a carreira e já encerrou".
Corrupção no futebol
Durante a conversa, o ex-atleta fez duras críticas aos interesses que rodeiam o futebol. De acordo com ele, o esporte é movido a dinheiro e falta ética a alguns dirigentes, atletas e árbitros: "O futebol é mais corrupto do que a política. Na política, você já vê que tem um envolvimento, um interesse. Mas o futebol não, é só um esporte. Ou era para ser só um esporte. Não dá para pensar que é sujo, mas é", disparou.
Vampeta negou que tenha sido alvo de propostas antiéticas, como receber dinheiro para perder partidas durante a carreira como jogador. Mas disse que esta prática é bem comum: "Tem corrupção com compra de resultado, jogador que se vende, juiz... É um meio muito bom, é o maior esporte do mundo, mas é sujo também", analisou.
Pior derrota da carreira
A jornada como atleta de Vampeta ficou muito ligada ao Corinthians. Pelo clube alvinegro, ele conquistou títulos como o Mundial de Clubes de 2000, o Campeonato Brasileiro de 1998 e 1999 e a Copa do Brasil de 2002. Mas também esteve em derrotas marcantes, como as eliminações para o rival Palmeiras em duas edições consecutivas da Copa Libertadores da América (1999 e 2000) e a perda do título nacional para o Santos na decisão do Brasileiro de 2002.
Mas o ex-volante revelou que nenhum desses revezes doeu tanto quanto um que aconteceu logo no começo de sua carreira. Quando ainda atuava pelo Vitória, Vampeta foi titular na partida que custou a derrota e o título da Segunda Divisão para o Paraná, em 1992. Na ocasião, a equipe baiana jogou na Fonte Nova, em Salvador, e perdeu para o tricolor paranista por 1 a 0, com gol de Saulo, e ficou com o vice.
"A final que a gente perdeu para o Santos em 2002 você sai magoado, mas depois vê para quem perdeu. Perdi para Diego, Robinho, Léo, Renato, Alex, Elano, Fábio Costa, era um timaço. Mas me doeu mesmo a derrota para o Paraná em 92. A Fonte Nova lotada, mais de 50 mil pessoas. Aquilo me marcou demais e lembro até hoje", contou.
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