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Caso Ronaldinho: empresária foragida pode estar escondida no Brasil

Ricardo Perrone

do UOL, em São Paulo

19/03/2020 09h26

O Ministério Público do Paraguai recebeu a informação de que a empresária Dalia López teria fugido para o Brasil. Ela teve sua ordem de captura decretada na última quarta (18) em desdobramento do caso Ronaldinho Gaúcho.

Osmar Legal, um dos promotores envolvidos na investigação sobre o uso de documentos paraguaios falsos por Ronaldinho e Assis, disse à reportagem que o Ministério Público recebeu a informação de que Dalia estaria no Brasil, mas que nada foi confirmado.

No entanto, o promotor não esclareceu se foi pedida a colaboração da polícia brasileira e se a empresária está sendo procurada no Brasil.
Dalia não compareceu a uma audiência nesta quarta. Na ocasião, ela seria informada oficialmente de todas as acusações contra ela em processo aberto a pedido do Ministério Público. Também conheceria as medidas tomadas pela Justiça. Uma hipótese era a decretação da prisão preventiva.

Os advogados afirmaram que ela não compareceu por ter diabetes e hipertensão, problemas que a colocam no grupo de risco em relação ao novo coronavírus.

A Justiça paraguaia, no entanto, entendeu que não haveria risco de contaminação porque todas as medidas determinadas pelo governo foram tomadas no local da audiência para tentar impedir o avanço do vírus. Não haveria risco de contaminação. Assim, ela foi declarada "rebelde" e teve a ordem de captura expedida.

Os advogados da empresária não falam em fuga. Eles trabalham na apelação contra a decisão.

Ronaldinho participaria de evento para a ONG comandada por Dalia

Os advogados da paraguaia admitem que ela pediu para um conhecido cuidar dos trâmites para a elaboração dos documentos paraguaios dos irmãos, mas alegam que sua cliente havia pedido passaportes e documentos de identificação legais.

Ronaldinho e Assis seguem cumprindo prisão preventiva em Assunção por porte e uso de documentos públicos com conteúdo falso.
A defesa deles aguarda resultado da perícia em seus celulares. A investigação poderá indicar se eles tinham relações com Dalia e demais envolvidos no caso.

O MP e a Justiça sustentam que eles precisam continuar em prisão preventiva até ser esclarecido se há indícios de participação dos brasileiros em outros crimes.

Dalia foi processada por produção e uso de documentos paraguaios com conteúdo falso e associação criminosa. As autoridades também suspeitam de envolvimento com lavagem de dinheiro, crime negado por sua defesa.