Mercado da bola usa até correio para driblar paralisação e movimentar peças
Os principais campeonatos do país foram suspensos por causa da pandemia mundial do coronavírus. Ainda assim, o mercado da bola não vai parar. Dirigentes e empresários ainda podem atuar nesses próximos meses, quando os atletas devem ficar de quarentena. A tecnologia é uma das principais aliadas para que as negociações possam ser concretizadas.
Além de pode acertar os detalhes das transações por teleconferências ou ligações, as questões burocráticas podem ser resolvidas à distância. As inscrições dos jogadores são feitas no Fifa TMS (sistema de transferência de atletas) por computador —todo clube tem acesso ao sistema da entidade.
No entanto, para fechar com jogadores de primeira linha, os cartolas preferem o olho no olho. Afinal, os contratos costumam ter muitos detalhes e cláusulas. Por isso, a negociação feita pessoalmente costuma ser mais eficiente.
Nesse sentido, os três principais clubes de São Paulo estão evitando até encontros com empresários. Como a coluna De Primeira publicou, agentes afirmam que encontros presenciais foram cancelados em Palmeiras, Corinthians e São Paulo. Até o caso de assinatura de um novo contrato marcado para essa semana será realizado sem reuniões, com as partes assinando o documento remotamente e utilizando os correios.
Depois de analisar quais necessidades as suas equipes têm, os dirigentes vão em busca de peças para os seus elencos no mercado. Alguns clubes já até deram início ao processo. Por exemplo, o novo diretor de futebol do Atlético-MG, Alexandre Mattos, passou a buscar informações sobre o atacante Róger Guedes, hoje na China, e o zagueiro Lucas Veríssimo, do Santos.
Um ponto que deve fazer com que exista algum tipo de deslocamento é para o exame médico, indispensável antes de um clube investir milhões numa contratação, entre direitos, luvas e salários. No entanto, existem clínicas e médicos especializados que podem fazer o serviço sem colocar em risco os jogadores
Como ainda não há uma previsão de quando os campeonatos serão reiniciados, os clubes se preocupam também com a questão financeira. Faria sentido fechar um negócio agora para já iniciar o pagamento de um jogador que não pode ir a campo? Lembrando que os clubes, mesmo, estão privados de rendas como as de bilheteria. Por isso, caso não exista uma disputa muito grande pelo atleta, os dirigentes devem seguir a lei da oferta e da procura para aguardar o melhor momento para concretizar o negócio.
Em relação ao dia a dia dos empresários e dirigentes, a paralisação acabou acelerando o trabalho de todos. Um agente contou para a reportagem que havia comprado 17 passagens para que seus atletas —a maior parte ainda na base— pudessem viajar dentro do país. Em geral, os clubes suspenderam os treinos dos times de base, e esses garotos não teriam onde ficar.
Assim, mesmo que de suas casas ou de seus escritórios, os agentes e dirigentes ligados ao futebol ainda vão seguir trabalhando mesmo enquanto a bola não rolar.
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