Motorista de Fernando completa um ano preso na Rússia: "me tire daqui"
O brasileiro Robson completou um ano preso na Rússia acusado de tráfico internacional de drogas depois de entrar no país com remédios encomendados pela família do jogador de futebol Fernando, volante que tem passagem pela seleção brasileira e joga atualmente no Beijing Gouan, mas que na época atuava pelo Spartak Moscou.
Depois de um ano na prisão, o processo do funcionário de Fernando teve mudança de juiz, já que a responsável pelo caso se aposentou. Sem qualquer perspectiva de ser solto, Robson disse ao "Esporte Espetacular", da TV Globo, que está revoltado e espera que o jogador o tire da prisão.
"Eu quero que ele me tire daqui, porque eu nunca cometi crime nenhum no Brasil e nem aqui. Eu vim para trabalhar na casa dele, quero que ele me tire daqui", disse Robson ao Esporte Espetacular, da TV Globo.
"Sentimento de revolta, a verdade é essa. Porque eu estou nessa situação hoje por causa deles, fizeram o que fizeram, deram um depoimento mentiroso e foram embora da Rússia", acrescentou Robson, que alega não saber o que tinha na mala.
"Eles me informaram que o que eu tinha na mala era roupas e mantimentos alimentícios", alega Robson.
Sogro de Fernando e dono das duas caixas do remédio Mytedom (cloridrato de metadona) com as quais Robson foi flagrado em uma das bagagens que carregava a pedido da família do jogador de futebol, William Pereira de Faria ainda não se apresentou para prestar depoimento à justiça russa.
Robson voltou a contar com um advogado russo em sua defesa, mas a perspectiva de Pavel Gerasimov é que o brasileiro que havia sido contratado para trabalhar como motorista de Fernando na Rússia seja condenado. O advogado afirma que a prioridade é tentar uma pena mínima para, em seguida, tentar a extradição para o Brasil.
"No fim do ano já deve ter alguma definição. Mas o resultado mais favorável que podemos esperar é 7 anos de prisão. A estratégia é tentar receber a sentença mínima através de colaboração, tentar provar a ausência de intenção de tráfico de drogas e depois conseguir a extradição para o Brasil, para depois liberá-lo ou receber um indulto pelo presidente da República", disse Gerasimov.
Entenda o caso
Fernando jogava no Spartak Moscou, no futebol russo, e sua sogra Sibele contratou Robson e a mulher Simone para que trabalhassem para a família na Rússia com um salário de R$ 14 mil mensais (R$ 8 mil para Simone e R$ 6 mil para Robson).
Eles viajaram ao país em fevereiro de 2019 e carregaram três malas com encomendas da família do jogador entregues por um funcionário identificado como Leandro. No desembarque em território russo, agentes do aeroporto encontraram duas caixas do remédio Mytedom 10mg (cloridrato de metadona), comprimido usado por pacientes que convivem com dores fortes, mas que também pode ser utilizado em tratamento contra o vício em ópio e heroína, motivo pelo qual a substância é proibida na Rússia.
O casal ficou detido por 17 horas no aeroporto, passou por testes feitos pelas autoridades russas e os exames de urina, sangue e cabelo feitos por Robson apontaram vestígios de uso de cocaína, da qual Robson teria feito uso em uma festa de despedida no Rio de Janeiro antes da viagem.
Eles deveriam se reapresentar às autoridades russas com William Pereira de Faria, sogro de Fernando, e uma receita médica em inglês sobre a substância. Mas no dia 18 de março, Robson dirigiu com Fernando e a mulher dele Raphaela até a delegacia de polícia do Aeroporto de Demodenovo para que a defesa fosse realizada. Após depoimento de Fernando e Raphaela, Robson foi preso e segue na prisão há um ano.
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