Parada faz promessa flamenguista da Taça das Favelas voltar onde começou

A paralisação das atividades por conta do surto de contágio do coronavírus fez com um jovem jogador da base do Flamengo pudesse voltar ao campo onde tudo começou. Ronald, que chegou ao Rubro-Negro após ser destaque da Taça das Favelas do ano passado, vem treinando no campo do Gogó da Ema, time pelo qual foi campeão da competição.

Desde que arrumou as malas rumo ao clube da Gávea, esta é a primeira vez que o jovem faz exercícios no local, que fica a cerca de 30 minutos da casa onde a família reside, em Belford Roxo, município da Baixada Fluminense.

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Atualmente, Ronald está no time sub-18 do Flamengo, que nesta temporada representará uma espécie de terceiro time do sub-20, disputando competições de "menor apelo" da categoria. Neste período sem treinos, a comissão técnica e departamento médico estão acompanhando os jogadores de maneira remota.

"Ele tem cumprido todos os pedidos para essa quarentena e feito os treinos lá no campo do time. Até comentou que bate uma saudade e que sempre que vai lá, é uma emoção grande. Ele diz que voltar onde tudo começou lhe mostra essa graça que teve", disse Debora, mãe de Ronald.

Até o início de março, quando completou 18 anos, Ronald utilizava o alojamento do clube. Desde então, está morando com os pais e os três irmãos (Renan, 23, Renata 21, e Juan, 9) e, durante esta quarentena, recebendo aproveitando ainda mais o carinho dos familiares.

"Eu fico olhando, monitorando, até para alertar a eles sobre lavar a mão e essas coisas por causa desse vírus, mas a gente mata mais a saudade (risos)", afirma Debora, que completa:

"Eles estão sempre grudados, brincam muito. Quando o Juan vê algo na televisão de futebol, diz que o irmão vai ser assim."

Ronald assinou com o Flamengo no fim de julho do ano passado, depois de ter recebido um convite ainda à beira do gramado de Moça Bonita, estádio onde aconteceu a final da Taça das Favelas.

Em entrevista à Fla TV, em 30 de julho, o meia lembrou algumas dificuldades na época dos treinamentos com o Gogó da Ema. A mãe do jovem, porém, ressalta que, ultimamente, o número de operações na região diminuiu bastante e, após o período em que o isolamento social foi determinado, houve uma queda maior, o que a deixa mais tranquila em relação aos treinos do filho no campo:

"Muitas batalhas [que passou], não só para mim, mas para muitos lá. Às vezes, não tínhamos chuteira para treinar, jogava com ela rasgada ou descalço. Na Taça das Favelas, treinávamos em área de risco. Então, às vezes, estávamos treinando, entrava polícia fazendo operação e ficávamos parados, esperando para voltar [a treinar]".

Ronald ressaltou que, apesar de imaginar que poderia alçar voos mais altos, nunca esperava que sairia da Taça das Favelas diretamente para o Flamengo.

"Imaginava [que a Taça das Favelas pudesse levar longe], mas não diretamente assinando um contrato com o Flamengo. De hoje em diante, é trabalhar firme e forte", disse, ainda em entrevista à Fla TV.