Como Santos de Pelé 'inverteu' numeração da zaga do clube até hoje
A numeração fixa está na moda, mas tradicionalmente os laterais direitos do Brasil atuam com a camisa 2, enquanto os laterais esquerdos jogam com o número 6. No Santos, no entanto, a história é diferente por conta da herança do "ataque dos sonhos" da década de 60.
Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. O ataque dos sonhos que marcou a história do futebol mundial fazia o Peixe do técnico Lula atuar no 3-2-5, onde os três defensores tinham as camisas 2, 3 e 4, enquanto a dupla de meio-campo jogava com a 5 e a 6.
Em 1967, o Peixe começou a variar o sistema tático do 3-2-5 para o 4-2-4, recuando um atacante para o meio-campo e um volante para a zaga. Dessa forma, as camisas 3 e 4, que jogavam pelos lados da zaga, se tornaram de fato laterais, enquanto o miolo foi formado pelo número 2 e pelo 6, que recuou para o setor.
"O mais próximo que chegamos foi a variação tática. Antigamente era 2-3-5, depois passou para o 3-2-5 e, então, para o 4-2-4. O camisa 6 foi recuado para formar o 4-2-4 e, ao invés dele ir para a lateral, ele foi formar a zaga", explica Gabriel Santana, historiador do Centro de Memória do Santos.
O camisa 6 em questão foi Joel Camargo, considerado o melhor quarto zagueiro do mundo por João Saldanha, o João Sem-Medo que dirigiu a seleção brasileira nas eliminatórias da Copa do Mundo de 1970. Joel foi tricampeão do mundo com a seleção naquele ano, já sem Saldanha no comando.
"O número 6 era um médio que foi recuado e em determinado momento ocupou o que seria o lugar do 3. Até a Seleção Brasileira usou essa numeração nas Eliminatórias para a Copa de 70, já que os quatro defensores eram santistas", lembrou Odir Cunha, coordenador do Centro de Memória do Peixe.
Assim, tradicionalmente, o lateral direito do Santos utiliza a camisa 4 ao invés da usual 2, enquanto o lateral esquerdo enverga a 3, ao invés da habitual 6. Hoje, os números são ocupados por Felipe Jonatan (3), Pará (4) e Luiz Felipe (2), enquanto camisa 6 está vaga desde a saída de Gustavo Henrique.
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