Justiça dos EUA aceita liberar Marin de prisão por risco de coronavírus
O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin teve aprovado hoje (30) um pedido de liberação da prisão nos Estados Unidos devido ao risco de contrair o novo coronavírus. Os advogados citaram a pandemia da covid-19 em sua solicitação, que foi acatada pela juíza distrital Pamela Chen, do Brooklyn, em Nova York. Ainda restavam nove meses para ele cumprir pena.
Em contato com a reportagem do UOL Esporte, um dos advogados responsáveis pela defesa de Marin, Julio Barbosa, confirmou a informação. O ex-presidente da CBF, porém, ainda não tem data de soltura confirmada. "Acabou de sair a publicação. A sentença foi alterada para considerar foi alterada para considerar a pena cumprida", afirmou. "Temos que completar alguns procedimentos burocráticos, mas espero que isto se resolva logo."
A defesa acrescentou em seu pedido de redução da sentença a idade avançada do réu e o tempo cumprido de detenção. Marin tem 87 anos e cumpre pena em uma prisão federal em Allenwood, na Pensilvânia.
O pedido foi feito ontem (29) em caráter de urgência. Os procuradores do caso concordaram com a redução e o imediato encerramento da pena. Chen considerou que já foi registrado o cumprimento de 80% da sentença.
Em 2018, Marin, que também foi governador do estado de São Paulo nos anos 1980, foi sentenciado a quatro anos de prisão pela mesma juíza por crimes cometidos quando foi presidente da CBF.
Seu mandato aconteceu entre 2012 e 2015, quando ele foi preso na Suíça e depois extraditado para os Estados Unidos. As acusações incluíram lavagem de dinheiro, organização criminosa e fraude bancária. No lado esportivo, o ex-dirigente foi banido do futebol pela Fifa no ano passado.
Banido pela Fifa
No ano passado, a câmara julgadora do Comitê de Ética da Fifa considerou o ex-presidente da CBF culpado por corrupção. Aos 86 anos, foi banido pela entidade de todas as atividades relacionadas ao futebol. Além disso, foi estipulado que ele pagasse uma multa de 1 milhão de francos suíços (R$ 3,8 milhões na época, hoje mais de R$ 5,4 milhões).
"A investigação relacionou Marin a vários esquemas de propinas, em particular durante o período de 2012 e 2015, em relação ao seu papel na concessão de contratos para empresas pelos direitos de mídia e marketing nas competições da Conmebol, Concacaf e CBF", informou a federação internacional em comunicado.
Ainda de acordo com o comunicado, Marin violou o artigo 27 (suborno) do seu Código de Ética. O dirigente brasileiro sempre negou as acusações.
No fim de 2018, José Marian Marín foi julgado no Tribunal Federal do Brooklyn. A juíza Pamela Chen determinou que o ex-presidente da CBF devolvesse sozinho US$ 137.532,60 aos cofres da Conmebol e da Fifa. O valor era correspondente a salários e benefícios que foram recebidos pelo dirigente entre 2012 e 2015, período em que ele ocupava cargos nas entidades.
Entenda o caso
Marin foi um dos dirigentes da Fifa detidos no dia 27 de maio de 2015 em um hotel de luxo de Zurique pela polícia da Suíça, a pedido da justiça dos Estados Unidos.
Depois de passar cinco meses em uma prisão suíça e ser extraditado aos Estados Unidos, pagou uma fiança de US$ 15 milhões e passou dois anos em prisão domiciliar, em seu apartamento na Trump Tower na Quinta Avenida de Nova York, de onde saía apenas duas vezes por semana para assistir à missa.
Marin foi preso imediatamente em Nova York após sua condenação, anunciada em 22 de dezembro de 2017.
Após sete semanas de julgamento no tribunal do Brooklyn, um júri popular o considerou culpado de seis das sete acusações de associação criminosa, lavagem de dinheiro e fraude bancária por aceitar subornos ligadas a contratos da Copa Libertadores e da Copa América.
Durante um jantar em 2014, Marin foi gravado falando sobre propinas por José Hawilla, empresário (hoje morto) também acusado que colaborava com a justiça americana e que faleceu em maio do ano passado.
No escândalo conhecido como Fifagate, a justiça americana acusou 42 pessoas - entre elas os ex-presidentes da CBF Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero - da e empresas de 92 crimes e de aceitação de mais de US$ 200 milhões em subornos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.