Cruzeiro foi "cabeça" de unificação de taças que torcidas debatem até hoje
Resumo da notícia
- Taça Brasil pode ser considerado Brasileiro? Discussão diverge opiniões
- Cruzeiro foi chave no movimento que gera polêmicas, com título de 66
- Em 2010, CBF igualou Taça Brasil e Roberto Gomes Pedrosa ao Brasileiro
A Taça Brasil pode ser considerada um Campeonato Brasileiro? A unificação das taças nacionais realizada em 2010 é justa? O aniversário de 60 anos da conquista do Bahia — celebrado pelo UOL Esporte com uma reportagem especial — trouxe novamente à tona a velha discussão entre torcidas.
Vale lembrar que o início da polêmica das unificações dos títulos brasileiros que vivemos acontece com o título do Cruzeiro em 1966, quando o time de Tostão venceu o Santos de Pelé. Era o segundo campeão do torneio que vinha de outro Estado.
A comprovação da força de um clube de fora do eixo Rio-São Paulo foi determinante para a ampliação do Torneio Rio-São Paulo — cujo nome oficial era Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Em 1967, o torneio, que contava com 12 clubes de apenas dois Estados, ganhou a presença de representantes de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, recebendo status de competição nacional e virando, então, o embrião do Campeonato Brasileiro de 1971.
Mantendo o nome Roberto Gomes Pedrosa, o torneio contou com a presença de Corinthians e São Paulo pela primeira vez num torneio nacional e foi um sucesso de público. Aproveitando isso, a CBD (Confederação Brasileira de Desportos) passou a organizar o torneio em 1968, rebatizando-o de Taça de Prata, com representantes, também, da Bahia e de Pernambuco. A Taça Brasil daquele ano, então, perdeu o interesse e, sem datas para ser realizada, foi extinta um ano depois, em outubro de 1969.
Mas a polêmica, de fato, teve início em 2010, quando a CBF usou um dossiê elaborado pelo jornalista Odir Cunha para unificar os títulos das três competições (Taça Brasil, Torneio Roberto Gomes Pedrosa/Taça de Prata e Campeonato Brasileiro).
As diferentes fórmulas de disputa entre os dois campeonatos, a importância na época, a ausência dos grandes clubes do país e a pouca quantidade de jogos que os times campeões da Taça Brasil faziam para chegar ao título (quatro ou cinco algumas vezes) foram os principais pontos de discórdia apontados por imprensa e torcedores contra a unificação. Por outro lado, por ter sido o único torneio nacional da época e por levar o campeão à Libertadores, a Taça Brasil teria todo o direito de ser considerada o campeonato brasileiro da época.
Vale ainda ressaltar que, na época, desafetos do então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, garantiram que o anúncio da polêmica decisão de unificar os títulos nacionais foi apenas para tirar o foco das recentes denúncias de corrupção feitas contra ele.
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