Goleiro inspirou Buffon, abriu caminho para Eto'o e fez história no Sarriá
As memórias sobre a Copa do Mundo de 1982 imediatamente direcionam o brasileiro para o antigo estádio de Sarriá. O trauma dos três gols de Paolo Rossi, responsáveis por decretar a eliminação do talentoso time de Zico, Sócrates e Falcão, alimentam a memória sobre esta época. No entanto, para o futebol africano, mais especificamente camaronês, Sarriá e este Mundial são de doces lembranças.
Foi no Mundial da Espanha que Thomas N'Kono se destacou com a camisa de Camarões. Um gol sofrido e atuações seguras nos três jogos da seleção acabaram sendo suficientes para o Espanyol investir no goleiro. Em Sarriá, estádio que o clube da LaLiga atuou até o fim da década de 1990, o africano se destacou e virou ícone do clube.
Hoje preparador de goleiros do Espanyol, N'Kono atuou 241 vezes durante oito temporadas como titular no Campeonato Espanhol e abriu as portas da Espanha para o futebol africano e camaronês.
Nenhum jogador do país havia atuado tanto no futebol espanhol até Samuel Eto'o assumir a dianteira, especialmente pela trajetória vitoriosa com a camisa do Barcelona.
A carreira na Espanha de N'Kono deixou legado no Espanyol, que mantém o camaronês até hoje ligado diretamente ao clube. As memórias de N'Kono, contudo, atingiram outro patamar na Copa do Mundo de 1990, na Itália. Destaque da seleção do país, o então goleiro inspirou simplesmente Gianluigi Buffon.
Histórico goleiro de Juventus e seleção italiana, Buffon afirmou que se inspirou a atuar no gol graças às atuações do camaronês no Mundial da Itália. A admiração era tanta que o italiano, inclusive, batizou o filho com o nome Thomas, homenagem ao ícone africano.
"Nesse dia [8 de junho de 1990, vitória de Camarões sobre a Argentina], um fogo nasce dentro de você. Camarões é um lugar que existe. Thomas N'Kono é um homem que existe. Você mostrará ao mundo que Buffon existe. É por isso que você se tornou um jogador de futebol. Não por dinheiro ou fama. Por causa da arte e do estilo desse homem, Thomas N'Kono. Por causa de sua alma", escreveu Buffon no The Players Tribune.
N'Kono é até hoje um dos maiores nomes do Espanyol. Ícone africano, o camaronês parou de jogar em 1997 e passou a ensinar futuras gerações.
Em 2000, por exemplo, trabalhou na seleção camaronesa medalhista de ouro nos Jogos de Sydney — e responsável por eliminar o Brasil de Ronaldinho e Vanderlei Luxemburgo.
Três anos depois da surpreendente campanha na Austrália, N'Kono retornou ao Espanyol e transmitiu o próprio conhecimento para jogadores como Kameni, Kiko Casilla, Pau López e o atual titular do clube catalão, Diego López.
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