Coronavírus impede boliviano de voltar após ser reprovado em times de SP
São comuns as histórias de turistas impedidos de voltar ao país de origem no meio desta pandemia de coronavírus. Para Edinson Rojas, boliviano de 21 anos, a tentativa de retorno ocorre ao mesmo tempo em que enfrenta uma decepção pessoal. Reprovado em testes no Bandeirante de Birigui e no Andradina, times do interior de São Paulo, o jovem aguarda a abertura da fronteira da Bolívia para voos internacionais e se encontra na dependência da ajuda financeira dos pais e de um empresário chamado Julio Alves Jr. para se sustentar no Brasil.
Reprovado ainda na fase de testes pelo Andradina, Edinson permaneceu até a última quarta-feira (1º) no alojamento da equipe, localizado na cidade de Valparaíso, mesmo sem contrato. A data foi estipulada pelo próprio clube, que, após a paralisação das atividades no futebol de São Paulo, suspendeu o pagamento do aluguel da estrutura.
O boliviano possui passagem reservada para retornar à Bolívia e está hospedado em um hostel na região da Barra Funda (zona oeste da capital). Edinson viajou para a capital paulista na madrugada de ontem (2) e será bancado nos próximos 15 dias por Julio e pelo pai, que enviou dinheiro. A embaixada boliviana confirmou à reportagem que o plano inicial é abrir a fronteira em 15 de abril.
"Agora é esperar as fronteiras se abrirem e que a gente tenha a permissão para os voos internacionais. Está tudo fechado na Bolívia pela pandemia. Vim para o Brasil com passagem de ida e volta", disse, em contato com o UOL Esporte na noite de terça-feira, quando ainda se encontrava no alojamento do Andradina.
Edinson veio ao Brasil por intermédio de Julio Alves, que indicou o jovem para teste no Bandeirante. Sem sucesso em Birigui, o boliviano contou com a indicação de jogadores do próprio time para realizar nova avaliação, agora no Andradina, que formava o time para a Série B do Paulistão.
Este grupo de jogadores indiciou outro agente para Julio, que intermediou a ida do boliviano para Andradina. Na equipe, Edinson também acabou reprovado e liberado para deixar o clube.
Na última segunda-feira (30), Edinson entrou em contato com Julio para providenciar uma solução, já que a fronteira boliviana se encontrava fechada pelo avanço da Covid-19 no país. A Bolívia registra 123 casos e oito mortes pelo coronavírus.
Sem a possibilidade de permanecer no clube, que já sofre os problemas financeiros pela suspensão do futebol no país, Edinson veio a São Paulo depois de a diretoria do Andradina fechar o alojamento. Em contato com o UOL Esporte, Sidinei Giron, presidente do Andradina, reclamou do abandono do empresário responsável por levar o boliviano para os testes.
O dirigente afirma que desconhecia o jogador, mal avaliado pela comissão técnica para a disputa da quarta divisão do Paulistão, e ressaltou que o clube se mostrou solidário ao manter o boliviano sob cuidados nestas últimas semanas, antes do decreto de quarentena do Governo do Estado — funcionários do alojamento acabaram afastados em virtude do isolamento social exigido pelas autoridades paulistas.
Giron, em contato ocorrido na manhã de ontem (2), decretou o fim da polêmica. "Da nossa parte está resolvido, o menino entendeu que foi enganado e não quero aumentar essa polêmica, porque não conheço o empresário. Bloqueei as mensagens e apaguei, nem vou me aborrecer com isso. O clube é uma vítima. Não posso ceder a chantagens", declarou o dirigente, que prometera levar o caso à esfera criminal antes de dizer que o caso agora é passado.
O alojamento que abrigou o jogador boliviano nas últimas semanas está fechado desde a tarde desta quarta-feira (1º). A cobrança do aluguel está suspensa, e o Andradina devolveu o espaço para o proprietário. Somente após o fim da epidemia de coronavírus, o clube vai voltar a pagar e utilizar o espaço destinado aos jogadores.
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