Gols, títulos e susto com covid-19: a vida de atacante brasileiro na China
Os brasileiros talvez não se lembrem de Rafael Silva. Afinal, foram apenas 20 jogos pelo Coritiba até se transferir para o Lugano, da Suíça, ainda em 2013. Sete anos mais tarde, ele é um jogador de notoriedade na China, onde defende o Wuhan Zall há duas temporadas. Depois de um período de descanso no Brasil, o atacante de 27 anos voltou à China e, em quarentena no país, concedeu entrevista ao UOL Esporte.
Vice-artilheiro do time no ano passado com oito gols e autor de cinco assistências, o atleta vive um dos melhores momentos da carreira. O bom momento, porém, foi interrompido pela crise do novo coronavírus, que assolou inicialmente a China.
"Com certeza, é um momento muito bom na minha carreira. Foi interrompido agora com o problema que está acontecendo no mundo inteiro. Mas está aí, os números são altos, os números são bons. E é o que sempre costumo dizer. Tento sempre me superar, a cada dia, a cada treino, a cada jogo. Eu procuro ser sempre melhor", disse ao UOL Esporte.
Embora não tenha tanto destaque no Brasil, Rafael Silva é ídolo no futebol asiático. No país, o atleta levantou muitas taças. Ele foi campeão continental pelo Urawa Reds, do Japão, em 2017, e se tornou artilheiro na China em 2018. O jogador conta como foi o início de sua passagem pela Ásia.
"O Japão foi um país que vivi muito feliz, tenho um carinho enorme. O Albirex Niigata foi um período de adaptação ao futebol asiático. Mas também tiro muitas coisas boas dali. Quando me transferi para o Urawa, foi um ano excelente, um ano maravilhoso, o melhor da minha carreira até hoje. Ganhei títulos, marquei gols e ganhei o campeonato mais importante da Ásia, que é a Champions [League do continente], e participei de um Mundial de Clubes, com o mundo inteiro assistindo. O momento mais importante da minha carreira foi esse, quando ganhei a Champions e fui jogar um Mundial de Clubes. Eu acho que é o sonho de todo jogador que joga na Ásia", comentou.
"A minha passagem pelo Japão me ajudou muito na minha adaptação à China. Tem muitas diferenças, mas é um país asiático. Então, os costumes não mudam tanto. Eu não tive problema nenhum quando cheguei à China. Já me adaptei, logo no primeiro ano, já fiz uma boa temporada, com títulos e gols. Isso me ajudou muito. E sempre tive minha família perto, o que me ajudou bastante", acrescentou.
Mas a vida de Rafael Silva na China não é feita apenas de glórias. O atacante conta quais foram os maiores obstáculos vividos no país.
"Acho que a maior dificuldade aqui, que encontrei no futebol chinês, é que é um jogo muito parado, um jogo de muitas faltas. É um jogo que, no primeiro tempo, é intenso e espaçoso. O rendimento deles cai muito. A forma que eles jogam. Isso tudo foi no início, logo que cheguei. Isso foi um pouco difícil no começo, o entrosamento. Mas isso foi no início, já estou adaptado ao futebol chinês. Agora, não vejo nenhum tipo de problema", declarou.
O susto com o coronavírus
Rafael Silva vive em Wuhan, cidade que teve os primeiros relatos do novo coronavírus ainda em 2019. Quando houve o surto na cidade, o atacante gozava de férias no Brasil. O retorno à China ocorreu somente no fim de março. E de volta ao país, ele está em quarentena em um hotel. No local, é proibido ir até ao corredor para conviver com outras pessoas.
"Nós já voltamos para a China, estamos aqui de quarentena. Um pouquinho sofrido agora, tem que ficar preso no hotel, não pode nem sair no corredor do hotel durante 14 dias. Depois que passarem esses 14 dias, vai ser liberado para começar a treinar e começar mais uma pré-temporada", afirmou, dizendo ainda a expectativa sobre a volta do Campeonato Chinês:
"Já, já, não tem data certa, mas eles acreditam que o campeonato vai começar em maio, início de maio. Mas ainda não definiram. Esperar que eles decidam que a Liga se inicie o mais rápido possível. Todos estão muito esperançosos que a Liga vai começar em breve", finalizou.
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