Resumo da notícia
- Ex-atacante Luizão afirmou que o Brasil sofre com a falta de camisa 9
- "Luizão errou feio ao falar sobre a sua posição", analisa André Rocha
- "Seleção hoje se ressente muito mais de armadores", diz Juca Kfouri
- "Como vou discordar de alguém como Luizão?", brinca Milton Neves
- Blogueiros ainda elegem os cinco melhores camisas 9 da atualidade
"O Brasil não tem centroavante hoje. Não temos e sentimos muita falta disso. O Brasil foi pentacampeão mundial sempre com um 9, uma referência. [...] Gabriel Jesus e Firmino não começaram a carreira como centroavantes. Eles são adaptados ali". A frase foi dita por Luizão, ex-atacante de São Paulo, Palmeiras e seleção brasileira em uma entrevista ao canal Fox Sports e ganhou enorme repercussão.
Então, aproveitamos o tema e convocamos os blogueiros do UOL Esporte a responderem às seguintes perguntas: Luizão tem razão? O futebol brasileiro sente mesmo a falta de centroavantes? Além disso, pedimos para eles elegerem os cinco melhores camisas 9 da atualidade. Confira as respostas:
ANDRÉ ROCHA
Campeão mundial em 2002 e um bom centroavante, artilheiro e vencedor por Palmeiras, Vasco, Corinthians, São Paulo e Flamengo.
Mas errou feio ao falar sobre a sua posição. Em relação ao passado e aos tempos atuais. E não venham com o velho, surrado e furado papo de "ele jogou, você nunca chutou uma bola e não pode criticar". Posso, sim. Primeiro pela liberdade de expressão, segundo porque ele já parou de jogar e está ali analisando o cenário futebolístico. E precisa ter conhecimento para não dizer bobagem.
E ele disse. "O Brasil foi pentacampeão mundial sempre com um 9, uma referência". Quem era a referência em 1970, justamente a seleção considerada a melhor não só brasileira, mas de todas as Copas?
A resposta: ninguém. Tostão era um meia-atacante, um "ponta-de-lança". Na equipe montada por Zagallo tinha a função de se movimentar, abrir espaços. Procurar o lado esquerdo, ajudando Rivellino, já que o lateral Everaldo praticamente não atacava. Deixava o corredor central para Pelé e as infiltrações em diagonal de Jairzinho.
Fez apenas dois gols no Mundial, na vitória por 4 a 2 sobre o Peru nas quartas de final da Copa no México. Foi muito mais importante, porém, facilitando o trabalho dos companheiros. Muito longe de ser o tal "homem-gol".
Leia o blog do André Rocha.
BENJA
Não sofre apenas com a falta de centroavantes, cadê nossos camisas 10 que sempre fizeram a diferença? Nesse futebol burocrático e sonolento de hoje em dia, onde se exalta muito mais a posse de bola do que o gol, o resultado é isso aí mesmo...
Leia o blog do Benja.
JUCA KFOURI
Luizão está redondamente enganado.
Pelo menos em 1970 o Brasil foi campeão mundial sem o chamado centroavante-centroavante, porque Tostão não era um 9 de referência, dentro da área. Jogava de costas, fazia o pivô, e servia seus companheiros.
A Seleção Brasileira hoje se ressente muito mais de armadores talentosos do que de centroavantes.
Leia o blog do Juca.
JULIO GOMES
Não é o Brasil que sofre com falta de centroavantes, é o mundo todo. E não é exatamente que eles "fazem falta", e, sim, uma mudança do jogo.
O futebol de altíssimo nível não comporta mais um sistema que tenha um jogador tão específico, especialista em só uma coisa - ainda que seja a coisa mais importante. O jogo hoje exige mais mobilidade e que os atacantes deem opções táticas, além dos já falados trabalhos defensivos.
Aquele "9" das antigas não existe mais, é uma evolução do jogo.
Leia o blog do Julio Gomes.
MARCEL RIZZO
Não, porque hoje centroavantes têm estilo diferente daqueles de alguns anos atrás. Luizão acerta ao quando diz que Gabigol, Jesus ou Firmino têm característica diferente dos noves de antigamente, mas essa foi uma adaptação necessária ao futebol. Jogadores lentos e trombadores não têm espaço hoje em dia.
Leia o blog do Marcel Rizzo.
MENON
Luizão acertou em dizer que não há centroavante hoje, mas erra em relação a 1970, por exemplo, quando o Brasil foi campeão sem um centroavante típico. Tostão abria espaços e Jairzinho foi o artilheiro. E ter centroavante não é garantia de sucesso, como vimos com Fred em 2014.
Leia o blog do Menon.
MILTON NEVES
Concordo com Luizão. Como vou discordar de alguém como Luizão, que sabe tudo a respeito de camisa 9? Hoje temos a figura do meia-atacante e do meia-armador, mas não temos mesmo um 9 enfiador de bolas na rede.
Leia o blog do Milton Neves.
PERRONE
Luizão errou ao dizer que o Brasil foi pentacampeão Mundial sempre usando centroavantes clássicos. Não foi assim, por exemplo, em 1970, com Tostão. O que acontece em relação ao centroavante clássico no Brasil é o que acontece no mundo. Não existe mais espaço para o atacante que se limita a atuar dentro da área. Tem que saber aproveitar todos os espaços, precisa se deslocar para os lados, recuar para dar opção de passe aos meias e ser forte na marcação.
Leia o blog do Perrone.
RENATO MAURÍCIO PRADO
A falta de um centroavante típico, jogando fixo entre os zagueiros, está longe de ser um problema grave. Vide o Liverpool de Klopp, usando Firmino, e o Flamengo de Jesus, com Gabigol. Basta saber armar o time. Coisa que Tite parece ter esquecido...
Leia o blog do Renato Maurício Prado.
QUAIS SÃO OS MELHORES CAMISAS 9 DA ATUALIDADE?
ANDRÉ ROCHA
1 - Roberto Firmino
2 - Gabriel Jesus
3 - Gabriel Barbosa
4 - Matheus Cunha
5 - Pedro
BENJA
Gabigol
Firmino
Richarlison
?
?
JUCA KFOURI
Gabigol, Firmino, Gabriel Jesus, Richarlison, Gabriel Martinelli.
JULIO GOMES
Gabriel Barbosa
Roberto Firmino
Gabriel Jesus
Richarlison
Gabriel Martinelli
MARCEL RIZZO
Gabigol
Jesus
Firmino
?
?
MENON
Gabigol, William José e Diego Costa. Poderia virar Gabriel Jesus e Firmino, mas então, teria de colocar Tostão entre os cinco maiores da história.
Leia o blog do Menon.
MILTON NEVES
Gabigol (tem que ser titular da seleção), Firmino, Gabriel Jesus (que Tite queimou na Copa de 2018, escalando o menino como zagueiro, mas que estava dando a volta por cima com Guardiola), Willian José e Luiz Adriano.
PERRONE
1 - Gabigol
2 - Firmino
3 - Gabriel Jesus
4 - Richarlison
5 - Pedro
RENATO MAURÍCIO PRADO
Gabigol, Firmino, Gabriel Jesus, Luís Adriano e Richarlisson.
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