EUA citam "emissora brasileira" por pagamento de propinas na Copa América
O indiciamento de dois ex-executivos nos Estados Unidos, por conta do esquema de corrupção no futebol, volta a citar o envolvimento de empresas brasileiras no caso.
Ontem (6), o Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou o primeiro indiciamento de executivos do futebol desde 2018. Os alvos eram Carlos Martinez e Hernan Lopez, ex-representantes da Fox. O documento revela como eles pagaram propinas em troca do direito de transmissão de jogos das Eliminatórias e Libertadores.
Mas o indiciamento vai além e revela trechos do restante das investigações realizadas pelos americanos.
Em um trecho, a procuradoria indica que transferências de cerca de US$ 2 milhões saíram das contas "em nome da emissora brasileira A, uma entidade conhecida do Júri". O documento não cita o nome da empresa A, mas indica que o dinheiro transitou pelos bancos HSBC em Nova Iorque, passou pelo Citibank e terminou na conta da empresa Datisa S.A. no Bank Hapolim, na Suíça.
Em nenhum momento do documento os americanos indicam qual seria a empresa brasileira, que teve seu nome mantido em sigilo.
Essa não é a primeira vez que uma empresa brasileira é citada no caso. Em 2017, entre as citadas diante do Júri do tribunal de Nova Iorque estava a TV Globo. Uma das testemunhas levadas diante da corte, Alejandro Burzaco, afirmou que seis empresas pagaram propinas dentro do esquema, entre elas Televisa, Fox, MediaPro e a brasileira Globo.
A emissora também foi citada em outro depoimento, desta vez do empresário Eladio Rodríguez. Ele mencionou a existência de um pagamento de US$ 1 milhão a um ex-executivo da empresa brasileira, Marcelo Campos Pinto. Rodríguez era um dos principais representantes de Alejandro Burzaco.
Naquele momento, a empresa negou qualquer envolvimento com o esquema de corrupção.
"O Grupo Globo comprou em boa fé os direitos da Copa Libertadores da empresa T&T Holanda, então detentora dos direitos. O Grupo Globo está muito surpreso com as alegações feitas no julgamento de que aquela empresa era usada para o pagamento de propinas a terceiros e reafirma que não tolera nem paga propinas", apontou.
A empresa também afirmou desconhecer as alegações contra Marcelo de Campos Pinto e disse não tolerar propina
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