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Cruzeiro revela aumento da dívida e projeta déficit de R$143 mi em 2020

Conselho Gestor administra o Cruzeiro após a renúncia de Wagner Pires e ficará até a posse do novo presidente - Cruzeiro/Divulgação
Conselho Gestor administra o Cruzeiro após a renúncia de Wagner Pires e ficará até a posse do novo presidente Imagem: Cruzeiro/Divulgação

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

15/04/2020 12h44

O Núcleo Transitório Dirigente do Cruzeiro se reuniu à distância com candidatos à presidência do clube e do Conselho Deliberativo para revelar alguns números importantes sobre a saúde financeira e projetar o restante da temporada celeste. Passando por sua maior crise em quase 99 anos de história, os números revelados não foram nada bons.

Em janeiro, o clube detalhou suas dívidas com ações na Fifa. Na época, seria preciso pagar cerca de R$50 milhões somente em 2020. Desta vez, o número foi atualizado para R$81,4 milhões, sendo que somente R$36,6 milhões são de curto prazo, ou seja, são as dívidas que precisam ser quitadas ainda neste primeiro semestre. Isso contribui diretamente para a projeção da diretoria, que estipula ter um déficit de R$143 milhões no fim de 2020.

Apesar de ter conseguido diminuir sua folha salarial de R$16 milhões para R$3 milhões, o Cruzeiro sofreu com a saída de vários jogadores que levaram o clube na Justiça. Além disso, aqueles que ficaram até aceitaram uma readequação salarial neste ano, mas receberão a diferença em relação ao antigo salário a partir de maio de 2021, quando o Cruzeiro espera estar de volta à primeira divisão e, portanto, com mais receitas.

A diretoria ainda informou que já fez cortes de gastos importantes, embora não suficientes para estancar o prejuízo em todo o clube. Nas categorias de base, houve uma redução de aproximadamente R$1,2 milhão por ano. As 110 demissões de funcionários administrativos também geraram uma economia de mais de R$25 milhões anuais. Outros cortes ocorreram com o cancelamento das linhas telefônicas de uso da diretoria (economia de R$600 mil por ano) e com o plano de saúde e seguro de vida (economia de R$1,92 milhão por ano).

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