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Prass nega relacionamento ruim no Palmeiras e rebate Mattos

Fernando Prass em treino do Palmeiras - Cesar Greco/Ag. Palmeiras
Fernando Prass em treino do Palmeiras Imagem: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/04/2020 16h07

Incomodado com as declarações de Alexandre Mattos, ex-diretor de futebol do Palmeiras, a respeito de sua saída do Alviverde, o goleiro Fernando Prass fez questão de esclarecer, durante o Fox Sports Rádio desta quinta-feira, alguns pontos levantados pelo dirigente no programa de ontem.

Após conversa 'forte' com Mattos, por telefone, nesta manhã, o goleiro, atualmente no Ceará, negou ter problemas com os demais arqueiros do clube, assim como receber um dos maiores salários do elenco.

Em entrevista, ontem, ao programa da Fox, Mattos contou que, a pedido do preparador de goleiros Osmar Rodriguez, barrou as entrevistas de Prass, já que tanto Jaílson quanto Weverton se chateavam com a postura do colega 'de querer renovar' o contrato com o Palmeiras.

"Em relação a entrevistas, eu fiquei dois anos e meio sem dar uma coletiva. A única coletiva que eu dei em dois anos e meio foi a da minha saída. Desafio vocês a puxar em qualquer arquivo entrevistas minhas que eu tenha cobrado jogar. Muitas das entrevistas que eu dei nesta fase que eu não vinha jogando eram justamente focadas na minha participação fora do campo. Em nenhum momento eu questionei qualquer escolha de treinador. A única coisa que eu me posicionava era a respeito da minha renovação, porque me perguntavam se eu queria renovar com o Palmeiras, e o que eu podia falar é que era óbvio que eu queria renovar", rebateu Prass, que seguiu:

"O ambiente entre os goleiros sempre foi muito bom. Eu sempre falava que eu nunca ia questionar a escalação porque se tratavam de três grandes goleiros, três tinham jogado e, de acordo com o nível técnico, era surreal tu questionar a escalação de qualquer um".

Já sobre ser um dos jogadores mais caros do elenco alviverde, Prass evitou valores, mas afirmou que recebia uma quantia inferior a de sua chegada ao clube, em 2013:

"Eu acho que foi uma declaração infeliz. Ele (Mattos) disse que eu era o terceiro goleiro... O número de jogos que eu joguei em 2019 dá para se ter uma noção. Óbvio que o Weverton era o goleiro titular. E ele (Mattos) falou do meu salário. Eu cheguei no Palmeiras em 2013, o Palmeiras na segunda divisão, numa crise financeira, não tendo dinheiro para pagar salário, e o meu último salário no Palmeiras era inferior ao que eu cheguei em 2013. Então, o meu salário foi reduzido. Tu acha que um salário da Série B no Palmeiras, em 2013, sem correção monetária e sem aumentos, vai ser um dos maiores salários do Palmeiras hoje?", questionou.

O ídolo do Palmeiras ainda criticou a falta de transparência do então diretor de futebol quanto a sua permanência no clube. Segundo Prass, Mattos chegou a conversar com ele e Jailson a respeito de uma renovação, e disse que gostaria de contar com os dois goleiros. Em entrevista ao Fox Sports, no entanto, Mattos afirmou que, mesmo que tivesse permanecido no Verdão, Fernando seria liberado.

"Eu não posso ter mágoa nenhuma por ter saído do Palmeiras, isso faz parte da avaliação da comissão técnica e da diretoria. Teve a situação do contrato de gaveta também, que eu coloquei para ele (Mattos), eu não achei certo a maneira como foi tratado. Ele tem todo o direito de renovar o contrato do jogador que ele quiser por não sei quantos anos, só que ele teve a oportunidade de ser franco comigo, de me posicionar a respeito disso e não fez", opinou o arqueiro do Ceará

"Ele me chamou na sala dele e falou que tinha que resolver a minha situação e do Jailson, porque os contratos dos dois acabam no fim do ano e, por ele, ficavam os dois. E aí, na entrevista, ele diz que, mesmo que ficasse, eu sairia. São essas coisas que não pegam bem. Ele poderia tranquilamente ter jogado aberto comigo", completou.

Campeão da Copa do Brasil com o Palmeiras em 2015, Prass acredita que sua saída do Alviverde aconteceria 'naturalmente', mas não escondeu o desapontamento com Alexandre Mattos. Já sobre o período no banco de reservas, o arqueiro diz não se arrepender de ter permanecido no clube:

"A minha saída do Palmeiras eu acho que ia acontecer naturalmente. Eu só fiquei chateado com o modo que o Alexandre conduziu, porque ele poderia ser mais direto comigo. Não digo que o Alexandre fez a minha saída do Palmeiras, até porque o presidente está acima dele, mas o que se criou com essa situação do pré-contrato e da omissão de algumas coisas pelo Alexandre que me deixou desapontado. (...) O tempo que eu fiquei no Palmeiras foi maravilhoso, e mesmo esse tempo que eu joguei pouco eu não me arrependo não".

Em relação ao seu relacionamento com Mattos após sua saída do Palmeiras, o arqueiro afirmou que, apesar da conversa desta manhã, tem pontos que ambos seguirão divergindo.

"Foi uma conversa forte, até por nós termos muitas divergências. A gente, em determinados pontos, se entendeu, mas óbvio que tem pontos que, por mais que se converse, não vou entender como uma maneira correta", falou.