Presidente da FPF prevê portões fechados em todos os jogos em 2020
O presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Reinaldo Carneiro Bastos, pregou cautela em relação à retomada do futebol diante da pandemia de coronavírus. Em entrevista ao UOL Esporte, ele prometeu encerrar o Estadual dentro de campo, mas disse que o esporte não vai arriscar nenhuma vida. Em seu ponto de vista, para tanto, é provável que todos os jogos em território nacional neste ano devem ser realizados com portões fechados.
"Vamos ter impacto no futebol como um todo esse ano, mesmo com as competições nacionais e internacionais. Não teremos público no estádio neste ano durante o ano inteiro. Shows, partidas de futebol com presença de público serão eventos muito difícil de acontecer no mundo todo em 2020. Essa é outra preocupação grande. Não conseguimos medir a extensão do prejuízo, mas é óbvio que terá grande prejuízo", disse na manhã de hoje (16).
Carneiro Bastos afirmou que aguarda a liberação das autoridades políticas e de saúde para determinar o retorno do Paulistão, e descartou antecipar qualquer medida antes desse aval. "Há uma preocupação muito grande de todos com a saúde, com a vida humana. Por isso estamos criando o protocolo da nova forma de jogar o futebol. O futebol não vai colocar em risco nenhuma vida humana", destacou.
Em termos de logística, o presidente da FPF, por ora, não acredita na reunião dos clubes do estado em uma só cidade, numa sede fixa, para concluir o campeonato. "O Novorizontino não tem casa. O Novorizontino vai saber como cuidar dos seus atletas lá. Os times de São Paulo vão saber como cuidar de suas equipes nos seus CTs. A parte técnica vai ter que se sujeitar a obedecer os critérios médicos, os critérios de saúde para que se aconteça uma partida de futebol".
Para isso, o dirigente explicou que a federação vem mantendo contato com atletas e treinadores das quatro divisões do Paulista. "Temos grupos no WhatsApp com todos os segmentos, cada um com a sobrevida. Todos querem terminar as competições, querem jogar o Brasileiro como foi planejado. Há uma vontade muito grande dos profissionais de futebol de jogar o futebol", acrescentou.
Preocupado com a condição financeira dos clubes, o mandatário chama atenção para o novo cenário que se avizinha e que a apreensão se limita aos clubes de menor porte. "Tenho falado com os clubes de todas as divisões sempre. Hoje temos reunião com clubes da Série A2, amanhã temos reunião com a Série A3. Temos falado com todos os clubes. É uma análise simplista dizer que o clube menor tem uma dificuldade maior. A dificuldade está com todo mundo", disse.
"Vamos viver em um mundo diferente. Todos vamos ter que dar as mãos, abrir mãos de certezas, vamos ter que estruturar um novo tipo de vida: vai ter menos dinheiro não só para o futebol, como para todos os segmentos. Vamos ter que criar juntos soluções criativas para superarmos isso", explicou.
"Tivemos a suspensão dos contratos dos patrocinadores. Não tivemos futebol, não tem patrocinador. Estamos com uma receita muito diminuída. É raro o parceiro que continua pagando normalmente. Mas nós entendemos. Os parceiros estão vivendo a mesma coisa que o futebol está vivendo. Por isso é importante que tudo volte para que tudo volte a girar novamente", acrescentou.
O Paulistão foi paralisado após a 10ª rodada, no dia 16 de março, em razão da pandemia de coronavírus. No cronograma original ainda seriam disputadas mais duas rodadas na fase de grupos, quartas de final, semifinal e final.
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