Variação cambial explica aumento de 56% em dívidas do Cruzeiro na Fifa
Na reunião por videoconferência realizada com membros do conselho gestor do Cruzeiro e candidatos à presidência do clube e do conselho deliberativo, chamou atenção o aumento significativo da atual dívida na Fifa. Antes estipulada em torno de R$ 52 milhões, ela saltou para quase R$ 82 milhões, aumentando mais de 56% em poucos meses. O motivo é que o clube acabou ainda mais prejudicado com a constante alta do dólar e do euro, além dos juros e custos processuais. Em sua maior crise desde a sua fundação, o clube agora se desdobra para tentar adiar algumas pendências.
No final de janeiro, o clube divulgou os números de sua dívida em curto, médio e longo prazo por causa de ações na Fifa. Naquela ocasião, R$ 25 milhões deveriam ser pagos somente neste primeiro semestre de 2020. Na segunda metade do ano, outros R$ 22 milhões terão que sair dos cofres celestes.
Em 2021, ano do centenário, o Cruzeiro ainda terá outras pendências, totalizando aproximadamente R$ 52 milhões na entidade maior do futebol. Com a correção monetária, o valor total da dívida já se aproxima dos R$ 82 milhões. Agora, R$ 36,6 milhões precisam ser pagos até os próximos meses, e R$ 43,7 milhões na segunda metade do ano.
"No início, o valor Fifa era R$ 50/60 milhões sem as atualizações e custos. Com as atualizações, foi para R$ 63 milhões. Com a variação cambial, o valor chegou em R$ 80 milhões para este ano. Dólar no início do ano: R$ 4,10. Dólar atual: R$ 5,20. Variação do câmbio: 26%", explicou Anísio Ciscotto, responsável pela área financeira do Cruzeiro.
Clube já negocia com credores e tenta adiar pagamento
O Cruzeiro já começou a fazer contatos para tentar renegociar com os clubes que precisa efetivar o pagamento neste primeiro semestre. Dois desses clubes são o Al-Wahda, dos Emirados Árabes, e o Zorya, da Ucrânia. Os árabes cobram R$ 4,2 milhões pelo empréstimo do volante Denilson, que vestiu a camisa celeste em 2016. Já os europeus cobram cerca de R$ 7 milhões pela compra do atacante Willian, hoje no Palmeiras.
Outra alternativa estudada pela diretoria da Raposa é de fazer um condomínio de credores, destinando um percentual de futuras vendas para ser dividido entre os credores até que toda a dívida seja quitada. Em outra frente, os diretores também tentam adiar o pagamento dessas pendências na Fifa. Ainda sem resposta da entidade, a alegação do departamento celeste é que a crise do coronavírus e a paralisação do futebol nacional o impedem de gerar receitas para resolver seus compromissos.
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