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Após 4 anos, Micale evita contato com jogadores do ouro: "Sou discreto"

Micale comemora com Neymar e Jesus os gols da seleção brasileira - REUTERS/Bruno Kelly
Micale comemora com Neymar e Jesus os gols da seleção brasileira Imagem: REUTERS/Bruno Kelly

José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo (SP)

18/04/2020 12h00

Rogério Micale se diz um cara discreto. Tanto que, quase quatro anos depois de comandar o Brasil ao inédito ouro olímpico, o treinador mantém pouco ou praticamente nenhum contato com os comandados nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. A confissão foi feita pelo técnico do sub-20 do Cruzeiro, em conversa exclusiva com a reportagem do UOL Esporte publicada hoje (18).

"Sempre fui muito discreto. Não sou um cara de muita exposição e de querer estar no meio. Cheguei quietinho, fiz o que tinha que fazer e tirei o meu time de campo. Sou apaixonado pelo meu dia a dia e minha rotina, mas algumas coisas ficaram difíceis porque acabei ganhando certa fama, ficando mais conhecido", comentou Micale, admitindo que o ouro mudou a rotina desde agosto de 2016.

As conversas com os protagonistas do ouro ocorrem em encontros. O último aconteceu no Qatar, onde Micale conversou com Neymar no país-sede da próxima Copa do Mundo.

"Estava fazendo uma visita como convidado da Fifa para ver a estrutura da Copa do Mundo de 2022, e encontrei o Neymar. Ele estava lá com o Thiago Silva, o Dani Alves e o Marquinhos. Aí olhei os treinos do PSG e tivemos esse reencontro. Sou muito tranquilo no geral", comentou.

O trabalho olímpico acabou sendo o único trabalho de Micale com Neymar durante o período da CBF. Depois de levar o Brasil ao título inédito, o treinador retornou ao comando do sub-20 e foi demitido em fevereiro de 2017, após participação pífia no Sul-Americano da categoria.

Depois de deixar o emprego na confederação, o treinador trabalhou no Atlético-MG, Paraná e Figueirense. Nos três times profissionais, não embalou uma sequência de trabalho.

Depois de um 2019 afastado do dia a dia do campo, Micale aceitou o cargo para dirigir o sub-20 do Cruzeiro nesta temporada. Foram apenas duas semanas de trabalho na Toca da Raposa antes de o futebol brasileiro paralisar em virtude da pandemia de coronavírus.