Dívidas de R$ 82 milhões na Fifa são tratadas como prioridade pelo Cruzeiro
A diretoria do Cruzeiro tem uma prioridade para 2020: quitar as dívidas que somam R$ 82 milhões na Fifa. O departamento financeiro do clube trata esse como o assunto mais relevante do momento.
Sem novas receitas no decorrer da pandemia do novo coronavírus, a diretoria cruzeirense vê o débito com clubes do exterior como ponto preocupante, sobretudo pelo prazo para o pagamento do montante.
Presidente do Cruzeiro desde a renúncia de Wagner Pires de Sá e sues vices, José Dalai Rocha concedeu entrevista ao UOL Esporte e explicou a situação da dívida.
"Vamos tentar adiar tudo, tudo. Essa dívida da Fifa é a nossa prioridade para pagar, sobretudo pelo valor dela, que cresceu assustadoramente com a variação cambial. É um absurdo hoje. E também pelo prazo exíguo que nós temos. É a prioridade AA do Cruzeiro hoje. Estamos tentando tudo. A dívida supera os R$ 80 milhões por causa da variação cambial", disse ao UOL Esporte.
Anísio Ciscotto, membro do Núcleo Diretivo Transitório, se manifestou recentemente sobre o tema e apontou os motivos para o crescimento do débito.
"No início, o valor Fifa era R$ 50/60 milhões sem as atualizações e custos. Com as atualizações, foi para R$ 63 milhões. Com a variação cambial, o valor chegou em R$ 80 milhões para este ano. Dólar no início do ano: R$ 4,10. Dólar atual: R$ 5,20. Variação do câmbio: 26%", explicou Anísio Ciscotto, responsável pela área financeira do Cruzeiro.
O Cruzeiro já começou a fazer contatos para tentar renegociar com os clubes que precisa efetivar o pagamento neste primeiro semestre. Dois desses clubes são o Al-Wahda, dos Emirados Árabes, e o Zorya, da Ucrânia. Os árabes cobram R$ 4,2 milhões pelo empréstimo do volante Denilson, que vestiu a camisa celeste em 2016. Já os europeus cobram cerca de R$ 7 milhões pela compra do atacante Willian, hoje no Palmeiras.
Outra alternativa estudada pela diretoria da Raposa é de fazer um condomínio de credores, destinando um percentual de futuras vendas para ser dividido entre os credores até que toda a dívida seja quitada. Em outra frente, os diretores também tentam adiar o pagamento dessas pendências na Fifa. Ainda sem resposta da entidade, a alegação do departamento celeste é que a crise do coronavírus e a paralisação do futebol nacional o impedem de gerar receitas para resolver seus compromissos.
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