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C. Alberto diz que trajetória curta na seleção "não foi por parte técnica"

Bernardo Gentile e Vanderlei Lima

Do UOL, no Rio de Janeiro

25/04/2020 04h00

Apesar da evidente capacidade técnica, Carlos Alberto não teve a trajetória que esperava na seleção brasileira. Segundo ele, o temperamento explosivo e, muitas vezes, polêmicos o atrapalharam. O ex-jogador acredita que a grande concorrência também pesou.

"Eu não me acho nem melhor, nem pior do que quem estava lá, mas você, depois, saber que a sua escolha para uma convocação não foi só a parte técnica isso, realmente, chateia. Hoje em dia, tem cara que é convocado por ter comportamento. Comportamento em que sentido? Se a gente tá falando de futebol e a questão é técnica. Óbvio que tem que se comportar, mas se o cara não for bom e não tiver uma função que possa se adaptar e ser um fator decisivo dentro de um esquema de um treinador ele não tem que ser convocado", disse.

"Eu tive outros momentos que alguns treinadores até me ligaram: "Se prepara que você vai ser convocado". Esse "se prepara que você vai ser convocado" não é legal. Você cria uma expectativa dentro de você e, depois, não acontece, então, é melhor que não me prometesse porra nenhuma", completou.

Carlos Alberto encerra o assunto tratando de minimizar o fato de não ter sido mais convocado para defender o país. Segundo ele, o momento que mais se sentiu injustiçado foi em 2006. Mesmo com o grande momento da equipe, o ex-jogador entende que poderia fazer parte do grupo.

"Futebol é muito momento, mas também não é uma coisa que eu lamento, não. Gostaria muito de ter tido uma chance na seleção. Gostaria muito de ter sido campeão do mundo pela seleção brasileira, representado o meu país numa Copa do Mundo, mas tem coisas que não são pra gente, e você tem que viver o que você fez. Em 2006, pelo menos fazer parte do grupo, pelos anos que eu fiz até chegar 2006, eu acho que dava", afirmou.

"Eu tive méritos pra tá em alguns momentos, mas não fui. Nesses momentos, que eu acho que esse cara que se enquadrou dentro de uma filosofia de comportamento, ele foi melhor do que eu, porque eu não consegui. Então, nesse critério, eu tenho que botar minha viola dentro do meu saquinho e falar assim: "O cara foi melhor do que eu". Porque ele foi", finalizou.