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Com contas bloqueadas, Cafu se diz vítima de empresa suspeita de pirâmide

Cafu concede entrevista no prêmio Laureus, em imagem de fevereiro de 2020 - Ian Gavan/Getty Images for Laureus
Cafu concede entrevista no prêmio Laureus, em imagem de fevereiro de 2020 Imagem: Ian Gavan/Getty Images for Laureus

Do UOL, em São Paulo

25/04/2020 12h56

Horas após o UOL Esporte informar que a 4ª Vara Cível de Goiânia decidiu bloquear bens móveis e imóveis e R$ 3 milhões das contas bancárias do ex-jogador e capitão da seleção brasileira Cafu, ele se manifestou por meio de comunicado assinado por sua assessoria e afirmou que também é vítima no caso e que a acusação é "totalmente descabida".

"Cafu esclarece que não possui qualquer tipo de envolvimento com a referida empresa. Apenas firmou um contrato de cessão de imagem, já rescindido", diz um trecho da nota, que ainda completa: "O ex-jogador revela que está tomando, junto com seus advogados, as devidas providências com o único intuito de provar e demonstrar que não tem envolvimento algum com a citada empresa. O ex-jogador lamenta profundamente o ocorrido e se solidariza com as outras vítimas da Arbcrypto."

Cafu responde uma ação civil por danos morais e materiais. De acordo com o juiz Aureliano Albuquerque Amorim, o ex-jogador e outros dois empresários participaram de um negócio suspeito de ser uma pirâmide financeira, prática ilegal. A ação, levada a cabo pelo Ibedec-GO (Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo), afirma que Cafu atuou como embaixador da empresa Arbcrypto, que ofereceria rendimentos de até 2,5% ao dia em bitcoins aos clientes. A empresa teria deixado de repassar os rendimentos prometidos.

Segundo o advogado Fernando Barbosa, cerca de 25 clientes da empresa resolveram entrar com a ação depois de terem prejuízos: "Eles já estavam dando como investimentos perdidos, até porque os sócios da empresa já saíram do país. Entramos com a ação na tentativa de reaver os direitos dos investidores porque o caso se assemelha com todos os esquemas de pirâmide conhecidos."

No processo, são acionados os empresários Alexandre Cesario Kwok e Eneas Tomaz, além de Cafu, que aparece como o "embaixador" da empresa. Os empresários ainda não se pronunciaram.

Veja a íntegra da nota oficial de Cafu:

"São Paulo, 25 de abril de 2020 - Marcos Evangelista de Morais, o ex-jogador de futebol Cafu, tomou ciência da matéria publicada na data de
ontem, dia 24 de abril, no UOL ESPORTE, referente a uma acusação de um "suposto" envolvimento como sócio da empresa Arbcrypto - atribuída como 'pirâmide financeira'.

Cafu esclarece que não possui qualquer tipo de envolvimento com a referida empresa. Apenas firmou um contrato de cessão de imagem, já rescindido. No dia 18 de outubro de 2019, o escritório de advocacia que representa o ex-jogador enviou uma notificação extrajudicial solicitando a rescisão de contrato por inadimplência e, ainda, proibindo a empresa Arbcrypto de utilizar a imagem de Cafu 'por qualquer meio'.

Ratificamos, Cafu foi contratado apenas e tão somente para o uso de sua imagem, possuindo contrato próprio e exclusivo para este fim, sendo completamente descabida tal acusação.

O ex-jogador revela que está tomando, junto com seus advogados, as devidas providências com o único intuito de provar e demonstrar que não tem envolvimento algum com a citada empresa.

O ex-jogador lamenta profundamente o ocorrido e se solidariza com as outras vítimas da Arbcrypto.

Assessoria de Marcos Evangelista de Morais."