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Pandemia sacode paz e status de rico do Flamengo

Rodolfo Landim e Marcos Braz comemoram título do Flamengo. Sem bola rolando, ambiente no clube está agitado - DELMIRO JUNIOR/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
Rodolfo Landim e Marcos Braz comemoram título do Flamengo. Sem bola rolando, ambiente no clube está agitado Imagem: DELMIRO JUNIOR/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

25/04/2020 04h00

A bola parou de rolar, mas a pandemia da Covid-19 sacudiu a paz que era garantida pelo desempenho em campo acima da média do time do Flamengo.

Desde a pausa no calendário, o ambiente no clube foi varrido por fatos extracampo que vão da guerra política à preocupação com o cenário econômico. Ante as dificuldades que se avizinham, o Fla foi o grande avalista para o retorno aos campos. O presidente Rodolfo Landim foi o principal porta-voz deste discurso, mas os fatos se impuseram. Seja em reuniões na Ferj ou na CBF, os casos cada vez mais volumosos da doença adiaram os planos de retorno.

A posição do mandatário se opunha ao que imagina Marcos Braz, vice-presidente de futebol. Ao contrário de Landim, Braz entende que não há possibilidade alguma para o retorno. O presidente tentou angariar até o apoio do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), mas seus planos foram por água abaixo.

Sem receitas, o Fla estuda como diminuir as suas despesas e isso inclui debate sobre os vencimentos dos jogadores. De mais concreto, os rubro-negros irão reduzir em 25% dos salários acima de R$ 4 mil dos demais funcionários.

A angústia financeira se explica também pela perda do aporte financeiro dos patrocinadores. A Azeite Royal anunciou o rompimento do acordo, enquanto a Adidas ainda não pagou os pouco mais de R$ 8 milhões semestrais que repassa ao caixa da Gávea.

Para esquentar ainda mais o clima, uma declaração do ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello caiu como uma bomba no clube. Em entrevista ao jornalista Jorge Nicola, Bandeira disse que dificilmente o incêndio no Ninho teria ocorrido em sua gestão. A fala gerou uma rápida reação da atual cúpula, que emitiu nota oficial repudiando a fala.

O departamento de futebol não passou ileso e as declarações do personal trainer Rafael Winicki revoltaram os profissionais do departamento médico rubro-negro. A insatisfação rubro-negra deve-se ao fato de Winicki não repassar os relatórios com os trabalhos à parte que faz com alguns de seus clientes, casos de Diego, Rodrigo Caio e Gustavo Henrique, dentre outros. O desmentido do personal ampliou ainda mais o desgaste e deve gerar mudanças de protocolo.

No meio destas indefinições, o Fla tem ainda a pendência do novo contrato do técnico Jorge Jesus. Ele e sua comissão estão em Portugal, mas um novo acordo está prestes a sair do forno. Os portugueses desembarcam no Rio nos próximos dias.