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Ex-presidente usou R$ 3,1 mil do Cruzeiro para renovar o guarda-roupas

Wagner Pires de Sá foi presidente do Cruzeiro entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019 - Jaci Silveira/Cruzeiro
Wagner Pires de Sá foi presidente do Cruzeiro entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019 Imagem: Jaci Silveira/Cruzeiro

Enrico Bruno e Thiago Ferenandes

Do UOL, em Belo Horizonte

26/04/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Wagner Pires de Sá, ex-presidente do Cruzeiro, admitiu o uso do cartão corporativo do clube para gastos pessoais por meio de posicionamento oficial
  • Com gastos de R$ 183.895,00 em dois anos, o dirigente utilizou parte dos recursos para renovar o guarda-roupas
  • O antigo mandatário do clube desembolsou R$ 3.114,00 na compra de novas peças para o vestuário. Foram gastos R$ 2.669 na Brooksfield
  • A Zara, marca espanhola com lojas espalhadas pelo mundo, recebeu R$ 412 do ex-presidente
  • Pires de Sá ainda teve dois gastos mais baratos durante a sua gestão. Ele usou o cartão para pagar R$ 20 nas Pernambucanas e mais R$ 14 na Lupo

Ex-presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá admitiu, na manhã de ontem (24), o uso do cartão corporativo do clube para gastos pessoais. Com gastos de R$ 183.895,00 em dois anos, o dirigente utilizou parte dos recursos para renovar o guarda-roupas.

O antigo mandatário do clube desembolsou R$ 3.114,00 na compra de novas peças para o vestuário. Foram gastos R$ 2.669 na Brooksfield, grife que comercializa roupas masculinas. A Zara, marca espanhola com lojas espalhadas pelo mundo, recebeu R$ 412 do ex-presidente.

Pires de Sá ainda teve dois gastos mais modestos durante a sua gestão, iniciada em janeiro de 2018 e encerrada em dezembro de 2019 - ele esteve à frente do clube no rebaixamento à Série B do Brasileirão. Ele usou o cartão corporativo para pagar R$ 20 nas Lojas Pernambucanas e mais R$ 14 em uma franquia da Lupo.

O Estatuto do Cruzeiro não estabelece qualquer tipo de punição aos dirigentes que usaram os cartões corporativos para gastos pessoais. Wagner Pires de Sá, inclusive, não desmente que usou o dinheiro do clube para bancar regalias durante a sua gestão.

Por meio de comunicado, o ex-presidente se pronunciou: "Numa entidade como o Cruzeiro Esporte Clube que não remunera seus dirigentes eleitos criou-se, anteriormente por outras gestões passadas, com muita propriedade, a figura do Cartão de Crédito Corporativo, para exatamente cobrir tais despesas", comentou.

"Ora, nas reportagens atuais publicadas pela imprensa, consta que em dois anos, de janeiro de 2018 a dezembro de 2019, foram gastos através do cartão da presidência a importância de R$ 75.094,00, o que corresponde a um gasto médio de R$ 3.125,00 mensais", acrescentou.

Ele diz ainda que não houve exageros durante a sua gestão: "Não vejo aí nenhum absurdo financeiro, mas sim, a eminente intenção de determinadas pessoas, que mais uma vez, fazendo uso de métodos baixos e rasteiros buscam denegrir a minha imagem pessoal com nítido intuito político e a clarividente intenção de cobrir com uma cortina de fumaça os reais problemas pelos quais vem perpassando o Cruzeiro por total incompetência em solucioná-los".

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