"Nunca fiz baixaria", ressalta Bandeira sobre possível expulsão no Flamengo
Alvo de um processo que pode gerar até a exclusão do quadro social do Flamengo, o ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello evitou acirrar os ânimos após declarar que o incêndio no Ninho do Urubu, que completou um ano em 8 de fevereiro, dificilmente teria ocorrido se ainda estivesse no cargo máximo do clube.
Ao UOL Esporte, Bandeira desconversou sobre o pedido de abertura de inquérito protocolado pelo grupo "Vanguarda Rubro-Negra" — documento foi enviado ao Conselho de Administração na noite do último domingo (26) — e disse que a fala que detonou as divergências foi interpretada de maneira equivocada.
"Acho que não faz muito sentido eu ficar analisando esse tipo de movimento. Pode acontecer, pode vir outro, eu ser expulso... Não vou tecer nenhuma consideração sobre esse pedido por não saber a tramitação que ele vai ter. O que quis dizer com essa história é que se nós estivéssemos [na administração], não teria incêndio, provavelmente, porque os meninos não estariam mais lá [nos dormitórios]. Em dezembro [de 2018], o sub-17, já estava no CT novo. O CT do profissional foi inaugurado em 30 de novembro, eles [profissionais] jogaram pela última vez no dia 2 de dezembro e entraram de férias. Tinha a Florida Cup e voltariam ao Rio no fim de janeiro. Tinha dois meses para fazer essa transição. O nosso planejamento era que o profissional já voltasse ao CT novo e o outro já seria ocupado pelos meninos desde dezembro. Só precisaria fazer pequenas adaptações", disse Bandeira, que completou:
"Aquela frase diz respeito única e exclusivamente a isso. Se não teria mais o módulo habitacional que os meninos estavam usando, não teria mais incêndio. Agora, em primeiro lugar, tenho certeza que o módulo habitacional que eles usavam não tinha problema algum na concepção. Não acusei nem os módulos e nem as pessoas. Seria uma irresponsabilidade".
Pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, pelo Rede Solidariedade, o ex-mandatário também aponta não ver ligação entre o possível processo de exclusão do Rubro-Negro à criação proposital de temas para atrapalhar a corrida ao cargo máximo da cidade. Ele diz que o momento é de enfrentar a pandemia da Covid-19 e, em relação ao incêndio, o que cabe é resolver a questão envolvendo as indenizações dos familiares.
"Foi interpretado como se fosse uma ofensa à diretoria, à instituição, mas não tem ofensa alguma. O que disse foi um fato objetivo. Não é 'eu acho'. 'Eu acho' não, os meninos teriam se mudado, tanto que já estavam ocupando o CT novo. Não tem ofensa a ninguém, não tem ofensa ao nome do Flamengo. Nos meus seis anos de Flamengo, eu nunca ofendi ninguém. Vocês podem procurar, nunca ofendi ninguém, nunca fiz baixaria e, ao contrário, fizeram várias comigo, inclusive, com ameaça de agressão física. Mas eu nunca fiz nada. No caso do incêndio, devemos focar no que há de mais importante nele, que é o problema das famílias das vítimas, as indenizações", afirmou.
Bandeira foi presidente do Flamengo por dois mandatos, entre 2013 e 2018. Em eleição realizada em dezembro de 2018, Rodolfo Landim bateu Ricardo Lomba, da chapa da situação, e assumiu a gestão do Rubro-Negro.
Resposta a Marcos Braz, atual vice-presidente de futebol
As declarações do ex-presidente caíram como uma bomba na Gávea e dividiram a diretoria. Após ouvir a ponderação de seus pares mais próximos, o atual mandatário do Fla, Rodolfo Landim, emitiu uma nota oficial. De acordo com Bandeira, a resposta foi "super agressiva e endossa o relatório do delegado que me indicia por homicídio".
O ex-presidente se referiu ao inquérito, assinado pelo delegado Márcio Petra, da 42ª Delegacia de Polícia (Recreio), em junho. Em julho, porém, promotores do Ministério Público devolveram o inquérito para a Polícia Civil, sob o argumento de que as provas apresentadas não eram suficientes.
Se Landim optou pelo comunicado, Marcos Braz, vice-presidente de futebol, tomou a dianteira e deixou clara a sua insatisfação com o que foi dito. À "FlaTV", Braz não mediu as palavras:
"O presidente Bandeira de Mello foi muito infeliz nas declarações. Infeliz está barato para ele. Se analisar bem, foi covarde ou mau caráter. Não conheço muito ele. Esta atitude eu não sei se foi de mau caráter ou oportunista. Quem trabalhou com ele acha que foi de mau caráter, eu acho que foi de oportunista."
Questionado sobre a o ataque do vice, Bandeira de Mello disse crer em uma confusão por parte de Braz:
"O que ele afirma não é verdade. O Flamengo nunca recebeu qualquer notificação sobre o alojamento dos meninos. Nem da Prefeitura nem de nenhum órgão. Talvez ele esteja se referindo aos autos de infração da Prefeitura sobre uma suposta interdição da totalidade da área do CT."
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