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Como aniversário do Palmeiras inspirou doação de Paulo Nobre em pandemia

De verde, Clara Paiva em ação realizada em comunidade da Vila Prel, na zona sul de São Paulo - Arquivo Pessoal
De verde, Clara Paiva em ação realizada em comunidade da Vila Prel, na zona sul de São Paulo Imagem: Arquivo Pessoal

Beatriz Cesarini

Do UOL, em São Paulo

28/04/2020 04h00

Em tempos de combate à pandemia causada pelo coronavírus, muitas famílias brasileiras estão sofrendo com o impacto do isolamento social na economia do país. Por esse motivo, o ex-presidente do Palmeiras Paulo Nobre, ao lado do movimento #OAmorNãoTemPreço, arrecadou 11 toneladas de alimentos e distribuiu em uma comunidade da zona sul da cidade de São Paulo.

A ação que ajuda muitas pessoas até hoje só começou por causa de um grupo de amigos que resolveu fazer uma reunião para comemorar o aniversário do Palmeiras em agosto do ano passado, quando o clube completou 105 anos. Esses torcedores decidiram replicar o amor que sentem pelo time para praticar o bem ao próximo com atitudes solidárias.

"No ano passado, na época do aniversário do Palmeiras, as amigas Clara Paiva e Ana Paula Fraga tiveram a ideia de reunir um grupo de amigos para comemorar o aniversário do time em uma pizzaria. Acabamos percebendo que a lista de convidados tinha cerca de 120 nomes. Aí que veio a ideia: por que não usar o amor em comum que todo mundo tem, que é o Palmeiras, para ajudar as pessoas? Então, nasceu esse movimento que levou o nome de 'Amor Que não Tem Preço', que define o que a gente sente", declarou Paulo Nobre em entrevista ao UOL Esporte.

Cestas básicas doadas por Paulo Nobre e amigos do movimento #OAmorNãoTemPreço - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Cestas básicas doadas por Paulo Nobre e amigos do movimento #OAmorNãoTemPreço
Imagem: Arquivo Pessoal
A 'pizzada' para comemorar o aniversário do Palmeiras acabou se tornando um evento solidário com confecção de camisetas para angariar fundos e tudo. Todo o dinheiro arrecadado na celebração foi revertido em tecidos doados para a Associação Cruz Verde, que auxilia pessoas com paralisia cerebral.

"O dinheiro arrecadado foi revertido para a Cruz Verde. A gente escolheu eles não só pelo nome, mas pelo trabalho seríssimo que eles fazem. Perguntamos o que eles precisavam na época e revertemos tudo em tecido, que e o que eles estavam necessitando para fazer uso no trabalho", explicou Nobre.

"É um sentimento coletivo de ajudar o próximo. Queremos que esse movimento continue sempre. Todas as ações são de amigos palmeirenses que têm em comum o amor pelo Palmeiras, mas não falamos oficialmente pelo clube. O Palmeiras foi o que uniu todo mundo", disse Clara Paiva ao UOL.

Eis que em meio à pandemia, o grupo de palmeirenses também decidiu agir para colaborar com as famílias que perderem empregos ou estão sofrendo de alguma outra forma por causa do coronavírus.

"Além do problema de saúde que muitas pessoas estão sujeitas caso contraiam o vírus, surgiu um efeito colateral tão ruim quanto a doença, que é o problema econômico. No Brasil temos muitas pessoas que comem hoje o relativo ao que conseguiram vender ontem. Muita gente começou a passar fome. Eu e amigos pensamos em fazer uma arrecadação de cestas básicas e falei com meninas do movimento. Foi muito gratificante. É muito bom ver como as pessoas se preocupam em ajudar o próximo. O mérito é de todo mundo que ajudou. E eu sempre falo que as meninas têm o mérito de fazer as coisas acontecerem", contou Nobre.

"Procuramos as pessoas, a comunidade, e fizemos a distribuição das cestas da melhor forma possível. Paulo nos procurou já com a quantidade de cestas arrecadadas e queria que chegasse nas pessoas que estão precisando. Para nós, é muito importante ter a imagem dele associada ao movimento porque ele traz uma admiração de muitos brasileiros e palmeirenses, além de nos ajudar muito com as ações e divulgações", acrescentou Clara.