Bolsonaro diz que chance de atletas morrerem por coronavírus é 'pequena'
Em meio à pandemia do novo coronavírus, Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu a retomada dos campeonatos de futebol no Brasil. Em entrevista à Rádio Guaíba, o presidente afirmou que os jogadores, por serem jovens, correm um risco menor diante da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
"Não sou eu que vou abrir ou não o futebol. No momento, existe muita gente do meio futebolístico que entende, que é favorável à volta. Porque o desemprego está batendo à porta dos clubes também. E com a idade jovem do jogador, caso seja acometido pelo vírus, a chance de ele partir para a letalidade é infinitamente pequena. Até pelo estado físico, pela rigidez do atleta", disse.
"Agora, ele [atleta] tem que sobreviver. Muitas vezes, a gente tem o pensamento que todo mundo, os jogadores, ganham horrores. Não, a maior parte não ganha bem e precisa do futebol para sustentar a sua família. Estão passando necessidade", acrescentou o presidente.
Ressaltando que a decisão não cabe ao governo, Bolsonaro ainda afirmou que o Ministério da Saúde e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) devem anunciar recomendações que levem à retomada dos torneios de futebol.
"Eu já conversei com o Ministério da Saúde [para], no que depender de nós, dar um parecer nesse sentido, para que o futebol volte sem torcida. Parece que a Anvisa também vai dar um parecer neste sentido", considerou.
O presidente, inclusive, citou conversas com o técnico do Grêmio, Renato Portaluppi; o presidente da CBF (Confederação Brasileira do Futebol), Rogério Caboclo; e com Walter Feldman, secretário-geral da entidade.
Cauteloso até a última semana, o Governo Federal mudou o tom sobre a volta do futebol brasileiro, com o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Costa, afirmando que ele acontecerá "em breve". O UOL Esporte apurou que nem a maioria dos clubes nem dirigentes da CBF endossam o discurso, e consideram que a postura do governo começa a ser de pressão para acelerar a retomada das atividades.
"Histórico de atleta"
Em discurso feito no dia 24 de março, o presidente Jair Bolsonaro chamou a covid-19 de "gripezinha" e também afirmou que seu histórico de saúde o deixaria tranquilo caso ele seja contaminado pelo vírus.
"Pelo meu histórico de atleta, caso eu fosse contaminado pelo vírus eu não precisaria me preocupar", afirmou o presidente no pronunciamento.
Apesar das inúmeras críticas por seu discurso, Bolsonaro virou assunto nas redes sociais por afirmar que por seu "histórico de atleta", a doença não requeria preocupação.
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