Parreira defende manutenção de Tite e diz que seleção não precisa de Jesus
Para Carlos Alberto Parreira, a seleção brasileira 'não precisa' de Jorge Jesus. Defendendo, durante o Jogo Aberto desta quinta-feira, a manutenção de Tite, o ex-técnico elogiou o trabalho do português no Flamengo, mas credita que ainda não é momento de um técnico estrangeiro assumir a pentacampeã mundial.
"Eu acho que não falta qualidade, só que a gente não precisa que ele (Jorge Jesus) treine a seleção brasileira. Qualidade é sempre bem-vinda, ele fez um trabalho maravilhoso no Flamengo. Acho que a seleção está muito bem com o Tite. Isso nunca passou pela minha cabeça, ter um técnico estrangeiro dirigindo a seleção brasileira. Um dia, talvez, ocorra, mas não acho que agora é o momento", opinou Parreira.
"Se eu fosse o presidente da CBF, eu manteria o Tite. Eu nunca vi um treinador chegar tão prestigiado na seleção brasileira como o Tite chegou. Era unanimidade. Não ter vencido a Copa na Rússia, foi eliminado pela Bélgica... No segundo tempo, o Brasil fez um gol, tivemos chances de mudar o resultado do jogo, mas fica o resultado. Fomos eliminados nas quartas mais uma vez, e você sabe que o resultado, aqui no Brasil, fala muito alto. (...) Eu acho que a gente tem que acreditar ainda no trabalho dele. Eu daria um crédito, não pensaria em mudar", completou.
Técnico da seleção brasileira na conquista do tetracampeonato mundial, Parreira explica que o Brasil passa por um processo de renovação e vê as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022 como 'divisor de águas' para o time de Tite.
"O Tite passa por esse processo de renovação, trazer novos jogadores, e eu acho que as Eliminatórias vão ser um divisor de águas. Nós temos jogadores experientes, como Daniel Alves e o Thiago (Silva), o próprio Neymar, que é o grande nome dessa seleção, e jogadores que vão chegar e, com certeza, durante as Eliminatórias, aproveitados pelo Tite, a gente pode chegar bem nas Eliminatórias. Vai se classificar, não tenho a menos dúvida disso. E o Brasil sempre é candidato. É uma fase de transformação, de definição, não de esquema, mas de nomes e de formação de equipe", analisou.
E o 7 a 1?
Coordenador técnico da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2014, Parreira recordou a derrota para a Alemanha, por 7 a 1, nas semifinais. Evitando definir o que ocorreu no Mineirão há cerca de seis anos, o ex-técnico afirmou que houve uma 'pane geral' na 'inexplicável' derrota em casa.
"Não vou aqui ousar tentar definir aquilo ali. Nunca numa Copa do Mundo um time perdeu numa semifinal de sete. A seleção brasileira nunca tomou sete gols em jogo nenhum, foi a primeira vez. Tudo foi a primeira vez. Foi uma coisa inesperada", disse Parreira.
"Aconteceu. Aquilo não vai se repetir. Nós estávamos ali no banco, todo mundo ficou como você, torcedor. Foi uma pane geral em determinados momentos. 5 a 0 no primeiro tempo numa semifinal contra a Alemanha é, na verdade, inexplicável. Foi uma pane geral o que aconteceu. Não tem explicação técnica, tática. Depois do 3 a 0, talvez o lado emocional tenha pesado bastante. Depois o terceiro, a coisa desandou mesmo", seguiu.
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