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No PAOK, Douglas 'torce' por Olimpíada e fala sobre experiência na Grécia

Volante Douglas em ação pelo PAOK, da Grécia - Photo by Nicolas Economou/NurPhoto via Getty Images
Volante Douglas em ação pelo PAOK, da Grécia Imagem: Photo by Nicolas Economou/NurPhoto via Getty Images

Alexandre Araújo e Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

01/05/2020 04h00

Criado no Fluminense e com passagens por Corinthians e Bahia, Douglas vive a primeira experiência na Europa. Prestes a fazer um ano no PAOK, da Grécia, o volante não esconde a expectativa de estar nos Jogos Olímpicos de Tóquio e torce para que jogadores com 24 anos possam participar da competição, que seria neste ano e foi adiada para 2021 por causa da pandemia de coronavírus que assola o mundo.

No fim do ano passado, Douglas foi lembrado pelo técnico André Jardine para o Pré-Olímpico da Colômbia. À época, porém, o clube grego não o liberou e ele ficou fora da competição.

"É um sonho que tenho, voltar a vestir a camisa da seleção brasileira e disputar a Olimpíada. Infelizmente, não foi possível, pois o clube não liberou, mas acontece. Tive a oportunidade de servir meu país nas categorias de base e seria gratificante representar o Brasil num torneio onde vai defender a medalha de ouro. Acho que o adiamento foi necessário, por tudo que estamos vivendo no mundo nesse momento. Foi prudente e coerente", disse ele, que completou:

"Estamos na expectativa para que isso aconteça [aumento da idade limite]. Acho que seria justo, pois muitos atletas que estão sendo convocados para as suas seleções estarão na mesma situação que eu, de estourar os 23 anos. Acho que a palavra é exatamente essa: justiça. É um caso à parte que o mundo está vivendo e já que o torneio foi adiado em um ano, deveriam também aumentar a idade."

Douglas marcou para o Fluminense contra a Ponte Preta - Thiago Ribeiro/AGIF - Thiago Ribeiro/AGIF
Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Douglas chegou ao PAOK em julho do ano passado, com um contrato de quatro anos, após ser vendido pelo Corinthians. Ele admite que o começo na Grécia teve obstáculos, mas conseguiu se adaptar.

"É um início de trajetória muito positivo. No começo, sentia um pouco de dificuldade, mas é tudo questão de adaptação. O clima, o estilo de jogo, é tudo bem diferente. Mas o clube me deu todo o suporte necessário para que rapidamente eu me sentisse confortável e confiante para desenvolver meu trabalho", afirmou.

Episódios de violência no futebol grego não são novidades e se arrastam ao longo dos anos. O jogador, porém, garante que ainda não passou por momentos de tensão.

"Antes de chegar aqui, ouvia muito falar disso, mas, graças a Deus, até agora, não presenciei algo do tipo. Sabemos que a rivalidade aqui é muito forte, que os ânimos estão sempre à flor da pele, mas violência não é tolerável em circunstância nenhuma. Torço para que nunca passe por isso aqui e que tudo seja resolvido sempre dentro de campo, jogando futebol", indicou.

Douglas aparece na área e arrisca chute durante Corinthians x Chapecoense - Daniel Vorley/AGIF - Daniel Vorley/AGIF
Imagem: Daniel Vorley/AGIF

Em março de 2018, o país, inclusive, foi ameaçado de sanções pela Fifa. Na ocasião, o assunto veio à tona justamente após Iván Savvidis, presidente do PAOK, ter invadido o campo com uma arma na cintura para protestar contra um gol anulado em partida contra o AEK, pelo Campeonato Grego. Questionado sobre o dia a dia com o mandatário, o volante brasileiro fez elogios.

"O presidente é um homem de caráter ímpar, que zela muito pelo clube e por quem trabalha nele no dia a dia. Ele nos dá todo suporte para fazer um bom trabalho e confia muito no nosso potencial."

Na Grécia, Douglas pode ver de perto a rivalidade entre Olympiacos e Panathinaikos, considerada uma das maiores do futebol mundial.

"É algo muito forte, como os grandes clássicos regionais do Brasil. É um clima diferente, muito aguerrido, onde queremos vencer o adversário a qualquer custo. As torcidas são muito fanáticas, e na arquibancada dão a vida pelos seus clubes. Sempre acompanhei essa rivalidade de longe e poder vivenciar é muito gratificante"

Confira mais sobre a entrevista com Douglas:

Volante Douglas Augusto dá passe durante partida do Bahia no Campeonato Brasileiro de 2019 - Jhony Pinho/AGIF - Jhony Pinho/AGIF
Imagem: Jhony Pinho/AGIF

O PAOK atravessa uma reestruturação e volta a figurar no cenário depois de anos de domínio do AEK, Olympiacos e Panathinaikos. Como vê isso?

É muito gratificante para mim poder fazer parte dessa reestruturação do clube. É uma instituição gigante, de muita história, e está voltando a disputar e brigar por torneios importantes. Sabemos da importância do momento que o clube está vivendo e todos nós fazemos parte disso. Por isso, queremos dar nosso máximo sempre para marcar o nome na história do clube.

Recentemente, surgiu uma notícia aqui no Brasil de que Ivan Savvidis teria interesse em investir no Fortaleza. Você ficou sabendo disso?

Fiquei sabendo mais por notícia que saíram na imprensa do Brasil, pois de concreto por aqui não ouvi falar nada. Mas seria algo interessante, ver um presidente de um clube estrangeiro investindo num clube tradicional do Brasil.

Em sua passagem pelo Corinthians, o que acredita que deu certo e o que deu errado. Ficou alguma frustração?

Cheguei ao Corinthians com muito apetite e vontade por estar defendendo um dos maiores clubes do país. Fiz bons jogos, mas não tive tanta sequência para desenvolver meu futebol. Frustração apenas de não ter jogado tanto, mas sou muito grato pela oportunidade de ter defendido a camisa do Corinthians.

Você ficou seis meses no Bahia, o que pode falar sobre esse período?

É um clube incrível, com uma estrutura fantástica e uma torcida muito apaixonada. Fui muito feliz de poder vestir a camisa do Bahia, viver meses incríveis com pessoas que pensam muito à frente no futebol. Acho que é um clube que tem muito a evoluir e colher grandes frutos daqui a pouco.