Presidente do Inter: "Jogador que não quiser jogar pode pedir demissão"
Marcelo Medeiros, presidente do Internacional, afirmou que o clube está preparado para retomar treinamentos e é a favor de voltar a disputar jogos, se houver aval de autoridades públicas. Em entrevista à rádio Guaíba, o dirigente chegou a dizer que caso algum jogador não queira atuar durante a pandemia do novo coronavírus pode pedir demissão.
Decreto da prefeitura de Porto Alegre autorizou volta de treinos, com distanciamento de dois metros e sem aglomeração. Inter e Grêmio programaram atividades para segunda-feira (4).
"Tenho certeza que todo mundo quer trabalhar. Um outro problema que estamos enfrentando agora é a questão econômica. Jogador que não quiser jogar pode pedir demissão. Se for aberta a possibilidade de o futebol voltar, ele vai cumprir o contrato que ele assinou", disse Marcelo Medeiros.
O presidente do Internacional é o primeiro a adotar discurso mais duro com relação aos jogadores durante a pandemia de Covid-19.
Em outro trecho da entrevista, o dirigente do Internacional argumentou o número de pessoas envolvidas com o dia a dia do futebol e impacto na economia.
"Futebol é muito mais do que um jogo. É fonte de renda, é gerador de emprego, ele faz parte da nossa cultura", afirmou o presidente do clube gaúcho.
O Ministério da Saúde repassou parecer em resposta a uma solicitação da CBF, que enviou um protocolo de saúde e segurança para o retorno. O documento elaborado em Brasília afirma que o esporte é "relevante no contexto brasileiro e que sua retomada pode contribuir para as medidas de redução do deslocamento social através da 'teletransmissão' dos jogos para domicílio", mas cobra algumas medidas da entidade, principalmente referentes a testagem dos envolvidos.
São Paulo, o estado mais afetado pela pandemia do novo coronavírus, tem muitos obstáculos para o retorno. O governador João Doria (PSDB) tem adotado medidas mais restritivas de isolamento social, que vigoram até o próximo dia 10 de maio e serão rediscutidas no dia 8. Aumentos nos números de mortos e infectados diários devem, entretanto, adiar a discussão sobre relaxamento ou reabertura, e existe a possibilidade de adoção de medidas ainda mais restritivas.
A Federação Paulista de Futebol aguarda esse posicionamento para definir os próximos passos. Enquanto isso, trabalha na elaboração de um protocolo de saúde e segurança em conjunto com uma comissão de médicos liderada por Moisés Cohen. Os médicos tem se reunido com dirigentes de clubes para elaboração de protocolos de testes em atletas e discussão das questões logísticas.
Os clubes, por sua vez, tem mantido treinamentos à distância, por vídeo para os atletas, e ainda não têm nenhum cronograma de volta às atividades presenciais. São Paulo, Corinthians, Santos e Palmeiras têm adotado o discurso de priorizar a saúde dos jogadores, e evitado qualquer movimento de acelerar a volta. Nos bastidores, alguns deles fazem preparações logísticas como compra de testes e planejamento de retorno de atletas que estão no exterior, mas a posição é de aguardar uma liberação das autoridades estaduais.
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