Botafogo nega volta aos treinos: 'Prefiro W.O. a perder vidas no meu clube'
Membro do comitê gestor do futebol do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro afirmou que o Botafogo não retomará os treinamentos, apesar da resolução publicada pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ), que deixa a decisão a cargo de cada clube.
O ex-presidente botafoguense pregou paciência para o retorno das atividades para evitar o contágio dos atletas e funcionários do clube. Montenegro disse ainda que prefere perder pontos em uma competição que perder vidas.
"Eu agradeço a liberação para os treinamentos, mas nós não vamos voltar ao campo para treinar, por enquanto. O Campeonato Brasileiro já foi adiado. Se tiver que começar em junho ou em julho, nós vamos esperar. [...] Eu prefiro perder pontos em uma competição, dar W.O. do que perder vidas no meu clube. Eu não saberia lidar com isso", declarou em entrevista ao SportSCenter, da ESPN Brasil, hoje (3).
Carlos Augusto Montenegro criticou a pressão pelo retorno do futebol e defendeu que os clubes aguardem a pandemia passar ou, ao menos, atingir a curva decrescente para que a volta do futebol seja discutida.
"Por que tem gente falando que o Campeonato tem que começar em maio? Por que não falar que vamos começar após o fim da pandemia? Eu me sinto mal até de discutir isso. Por que o futebol tem que voltar? O futebol não é essencial. A tendência das cidades é fechar mais coisas. Daqui a pouco, vamos ter filas nos cemitérios e filas de jogadores treinando", complementou.
Autuori cita Bolsonaro e condena retorno do futebol
Outra figura importante do clube carioca que se manifestou de maneira contrária ao retorno do futebol hoje foi o treinador do time, Paulo Autuori. O técnico afirmou ser uma 'sandice' das equipes falar sobre futebol agora.
Autuori argumentou que a postura dos dirigentes que defendem o retorno do esporte, demonstra falta de conhecimento, e ironizou um discurso do presidente Jair Bolsonaro.
"Me parece uma sandice falar sobre o retorno das equipes de futebol neste momento. Falta de respeito diante de tantas mortes e sofrimentos. Demonstra uma preocupante falta de conhecimento dos responsáveis a favor dessa medida sobre a complexa rotina dos treinamentos de futebol. Ausência de preocupação e de respeito aos profissionais, especialmente daqueles mais sacrificados, que não são jogadores nem membros da comissão técnica. Nós, profissionais, merecemos respeito. Querem futebol de volta? E daí? Lamento", declarou o treinador em entrevista ao Esporte Espetacular, da TV Globo, hoje (3).
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