Cinco anos após empurrão, Ceretta não fala o nome de Dudu, do Palmeiras
O dia 3 de maio de 2015, cinco anos atrás, ficaria marcado na história como o título Paulista do Santos em cima do Palmeiras. No entanto, muitos minutos antes da taça ser erguida e o título celebrado, dois personagens veriam o dia ficar marcado por outro motivo: o atacante Dudu e o árbitro Guilherme Ceretta de Lima.
Ainda no primeiro tempo da final, Dudu e Geuvânio se envolveram em uma confusão e o árbitro resolveu expulsar os dois jogadores. Revoltado com a decisão, Dudu empurrou Ceretta antes de ser contido pelos companheiros. O atleta foi suspenso por seis meses, mas conseguiu diminuir a pena para seis jogos.
"Tudo na arbitragem é controle do jogo, é determinante para uma boa arbitragem. Você precisa controlar. Aquele lance trouxe o jogo pra minha mão e eu faria de novo. Se as pessoas acham que foi exagerado, eu faria de novo. Aquela expulsão fez com que o jogo fosse controlado", explicou Cerreta em entrevista ao UOL Esporte.
Daquele dia em diante, Ceretta nunca mais pronunciou o nome de Dudu quando vai se referir ao camisa 7 do Palmeiras. O árbitro processou o jogador na justiça e venceu no início deste ano: o atleta foi condenado a pagar R$ 25 mil mais correções monetárias — uma vez que o processo se iniciou em 2015.
"Eu não falo porque não me faz bem. Tomei essa decisão para que eu pudesse seguir a vida sem ficar lembrando. Foi muito chato pra minha carreira e pra dele também. As pessoas tiram sarro da minha cara até hoje, óbvio que eu não gosto, mas tenho tornar um fato isolado na minha cabeça para que quando a pessoa fale, eu respire e saiba que a vida segue. Nunca o encontrei e não sei como seria. Ele seguiu a vida dele, eu segui a minha. Aqui se faz, aqui se paga. Não vou julgá-lo, mas o que é meu está guardado e o que é dele também. Deus sabe de tudo", disse Ceretta.
Ceretta abandonou a arbitragem no Brasil no começo de 2016, menos de um ano após o episódio com Dudu. Para ele, o ocorrido não foi decisivo, mas sim alguns procedimentos da arbitragem brasileira.
"O jogo da TV é uma coisa, o do campo é outra. O do campo, às vezes, salva o árbitro. Mas o analista não fala para o presidente da comissão a verdade daquilo que acontece no campo", explicou.
Hoje, Ceretta mora nos EUA e trabalha como técnico na escola de futebol Boca Raton Junior Soccer Club, além de atuar como técnico ou jogador no time que disputa a UPSL, uma liga semi-profissional. Quando o dono do clube, Anthony Olischar, comparece aos jogos, Ceretta é jogador, quando não, o ex-árbitro comanda o time da área técnica.
"Estou estudando, me especializando, para ter essa oportunidade como técnico. Quero muito gerir também, que é algo que gosto, mas trabalhar na beira do campo é legal. É uma coisa a longo prazo ainda, tenho minhas filhas aqui e vou fazer de tudo por elas agora. Enquanto isso vou me especializando e a ideia é voltar como dirigente, treinador ou auxiliar. Alguma coisa no futebol, sempre"
Naquele ano, Dudu marcou 16 gols pelo Palmeiras, mas recebeu a mesma quantidade de cartões. De lá pra cá, no total, o camisa 7 somou 70 gols e 58 cartões recebidos.
Não foi a última vez que o atacante palmeirense perdeu o controle, mas as ocasiões se tornaram mais raras na mesma proporção em que o atleta se tornou mais decisivo para o Verdão. Na final da Copa do Brasil do mesmo ano e contra o mesmo adversário, se redimiu ao marcar duas vezes e levantou o título após decisão nos pênaltis.
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