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Corinthians contratou Ramiro com custo de R$ 19 milhões, aponta balanço

Ramiro em ação pelo Corinthians: meia foi contratado no começo de 2019, com vínculo até o fim de 2022 - Marcello Zambrana/AGIF
Ramiro em ação pelo Corinthians: meia foi contratado no começo de 2019, com vínculo até o fim de 2022 Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Diego Salgado e Ricardo Perrone

Do UOL, e, São Paulo

06/05/2020 04h00

A contratação do meia Ramiro voltou aos holofotes mais de um ano depois de ser concretizada pelo Corinthians. De acordo com o balanço financeiro do clube, obtido pela reportagem do UOL Esporte, o custo da operação que tirou o atleta do Grêmio atingirá R$ 19,6 milhões.

Na época da aquisição, o Corinthians se limitou a dizer que havia adquirido 70% dos direitos econômicos do jogador, sem citar valores. Nos bastidores, as informações passadas davam conta que Ramiro chegaria de graça, com o pagamento de luvas, prática corriqueira nesses casos.

O balanço de 2019 do Corinthians, que ainda aguarda o aval do Conselho Deliberativo para ser divulgado, aponta ainda que o clube amortizou R$ 6,4 milhões dos custos da contratação. O documento, portanto, mostra que faltam R$ 13,2 milhões para o pagamento integral.

O valor de R$ 19,6 milhões, ainda segundo o balanço, é superior aos das contratações do meia Sornoza e dos atacantes Boselli e Everaldo. Somente as contratações do zagueiro Bruno Méndez e do meia Angelo Araos tiveram custo mais elevado.

O negócio que viabilizou a chegada de Ramiro foi costurado com o empresário Giuliano Bertolucci, que detinha a maior parte dos direitos econômicos do atleta. O acordo entre Corinthians e o empresário, no entanto, não mencionava quando o pagamento seria feito. O valor estipulado era de 3 milhões de euros (R$ 12,8 milhões na cotação da época e R$ 18,1 milhões na atual).

O formato da negociação entre o Corinthians e o empresário estava dentro da nova regulamentação da Fifa, mas com um "drible" nas normas. Em maio de 2015, a entidade máxima do futebol proibiu que agentes detivessem direitos econômicos de atletas. A partir de então, novos contratos não poderiam mais prever repasses a terceiros.

O acordo entre as partes previa que o Corinthians reembolsasse o agente, mas não estabelecia datas. Por exemplo, caso uma proposta pelo meio-campista chegasse durante a temporada 2019, a diretoria alvinegra não era obrigada a aceitar.

Mas, se isso acontecer a partir de 2020, o Corinthians teria a possibilidade de cobrir a oferta ou vender o volante. Se a negociação fosse superior a 3 milhões de euros, o clube ainda teria lucro, pois Bertolucci receberia a parte correspondente à porcentagem inicial.

A reportagem procurou o Corinthians para que a diretoria financeira comentasse a negociação que resultou na contratação de Ramiro em dezembro de 2018, mas não obteve retorno até o fechamento desse texto. Já o presidente Andrés Sanchez disse, em entrevista do Meu Timão, que o clube pagou apenas luvas ao atleta.

"Grêmio tinha 5% do Ramiro. Ele fez um acordo com o Grêmio, na negociação que fizemos com o Juninho. Adquirimos a parte total do Grêmio e mais alguma coisa do Ramiro. Demos 500 mil dólares de luvas. É essa a negociação do Ramiro, não pagamos nada para o Grêmio", afirmou o dirigente.

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