Grêmio não vai sobreviver, diz presidente sobre volta no fim de 2020
O Grêmio não sobreviveria em cenário de volta do futebol apenas no final de 2020. A previsão é de Romildo Bolzan Jr., presidente do clube gaúcho. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o dirigente afirmou que a capacidade de endividamento dos times brasileiros é pequena e também defendeu a retomada de atividades com base científica para evitar inatividade prolongada em atletas.
Bolzan ainda disse que a venda de jogadores à Europa se tornou vital. E caso não ocorram, empréstimos bancários podem ser a saída paliativa.
"O Grêmio não sobreviveria se voltasse só no final do ano. É absolutamente impossível para qualquer clube brasileiro", disse o presidente gremista. "Nós teríamos que suspender todos nossos compromissos com a folha de pagamento, suspender contratos", completou.
O dirigente do Grêmio ainda considerou a diferença do quadro do Rio Grande do Sul, com menos de 100 óbitos pelo novo coronavírus, com o resto do Brasil.
"Se, no Rio Grande do Sul, pudermos voltar daqui a dois ou três meses... Todo o cenário nacional passa por Rio e São Paulo. Sem aeroportos, que passam por lá, sem os clubes de lá, não tem como equalizar isso. Não teríamos como jogar", frisou. "Independentemente do prazo que voltem, o importante é que voltem", adicionou.
Em outro trecho da entrevista, Romildo Bolzan Jr. afirmou que a volta do futebol não tem ligação com ideologia política. Mas sim preservação do jogo como negócio.
"Querer jogar parece que virou uma questão política. Não é isso. Nós gerimos futebol, e misturar política com futebol, sinceramente, não dá certo. Quero dizer que será fundamental que isso aconteça, mesmo com um calendário que perpasse 2020", declarou.
O Grêmio retomou treinos no CT Presidente Luiz Carvalho nesta semana, amparado por decreto municipal que libera atividades físicas profissionais com distanciamento e sem contato físico direto.
"Estamos treinando de maneira científica, muito mais em busca de uma retomada. Jogador de alto nível não pode ficar 50, 60 dias sem nenhum acompanhamento físico, médico e nutricional. Então, esse movimento que o Grêmio fez em conjunto com o Inter é muito mais cultural, científico e protocolar de subsistência do que futebol profissional. Aqui, não tem viés ideológico", reiterou o dirigente gremista.
Questionado sobre palpite de prazo para retomada de competições oficiais, o dirigente do Grêmio respondeu.
"Acho que não jogamos antes de setembro. É a minha impressão. Mas pode ser melhor. Em agosto, acho que daria para encaminhar tudo. O Brasileiro e Copa do Brasil, pelo menos. Não falo em calendário sul-americano. O Campeonato Gaúcho, um pouquinho antes disso. Libertadores é difícil, não vejo como reiniciar neste ano", palpitou.
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