Presidente da Assembleia Geral do Vasco cobra documentos de Campello
Presidente da Assembleia Geral do Vasco, Faues Cherene Jassus, o Mussa, emitiu uma nota oficial na tarde de hoje (8) cobrando do presidente Alexandre Campello a entrega de documentos necessários para o andamento do processo eleitoral do clube - o pleito está, inicialmente, marcado para novembro.
Mussa pede ao mandatário do Cruz-Maltino a base total de sócios, bem como as movimentações financeiras referentes aos novos sócios, anistiados e transferências de títulos entre 2018 e 2020, período do atual mandato. Ele indica ainda que não recebeu respostas, mesmo depois de ter protocolado três cartas solicitando tais certificados.
"O Vasco tem um infeliz histórico de eleições judicializadas, sempre questionadas. Meu objetivo é reverter esse quadro, organizando as duas eleições de forma transparente e limpa", diz trecho.
No dia 19 de março, Alexandre Campello protocolou na secretaria uma solicitação para a paralisação da análise da lista de sócios aptos a voto por parte da equipe montada por Mussa. À época, o mandatário argumentou a série de medidas de prevenção adotada nas sedes para a prevenção do coronavírus, suspendendo atividades e ordenando que funções essenciais sejam feitas em home office. Na carta, a paralisação ressalta que ela seja respeitada até que "o clube consiga retomar a normalidade em seu dia a dia".
Na nota divulgada hoje, o presidente da Assemblei Geral disse que foi pego de surpresa ao ler uma notícia de que a secretaria de São Januário estava tendo rodízio de funcionários e afirmou ser contra a medida, "principalmente sabendo dos crescentes casos de contágio em nossa cidade".
A eleição presidencial do Cruz-Maltino deste ano será o primeiro com voto direto. Ou seja, o vencedor nas urnas será o novo mandatário do clube. Até aqui, o pleito era de forma indireta: os sócios elegiam a chapa vencedora, que indicava 120 conselheiros. Já a segunda colocada indicava mais 30. Estes 150 eleitos se juntavam aos 150 natos (beneméritos e grandes beneméritos). Os 300 conselheiros realizavam, então, um pleito interno no Conselho Deliberativo e votavam pelo novo presidente.
Veja a nota na íntegra:
"Na condição de Presidente da Assembleia Geral do Club de Regatas Vasco da Gama e, estatutariamente, como responsável por conduzir a Assembleia Geral, venho informar aos vascaínos, o andamento dos trabalhos de preparação para as duas Assembleias Gerais, previstas para este ano.
É importante que se esclareça que a lista de sócios ativos, disponibilizada mensalmente no site oficial do clube, não resolve o trabalho de análise. Para um trabalho completo se faz necessário a base total de sócios, mesmo daqueles que, momentaneamente, não estão aptos, afinal, podem a qualquer momento regularizar suas situações, seja pagando as suas mensalidades em atraso ou se recadastrando e, desta forma, entrarem no cadastro de sócios aptos a votar. Também são necessárias as movimentações financeiras referentes aos novos sócios, aos anistiados e às transferências de títulos, do período do mandato atual.
O Vasco tem um infeliz histórico de eleições judicializadas, sempre questionadas. Meu objetivo é reverter esse quadro, organizando as duas eleições de forma transparente e limpa.
Por conta disso, o tenho tentado o caminho do diálogo, mesmo depois de ter protocolado três cartas na Secretaria do clube, para o Presidente Alexandre Campello, solicitando os documentos necessários - nenhuma resposta recebi. Aceitei trabalhar em uma sala de São Januário, com apenas um computador e com todos os seus acessos bloqueados.
No dia 13 de Março, foi o último dia que foi possível trabalhar em São Januário. Na semana seguinte foi decretado, pelo Governo de Estado, a quarentena e o Vasco anunciou, de forma compreensível, que sua Secretaria fecharia e os funcionários trabalhariam apenas à distância.
Porém, fui surpreendido pela matéria publicada no Site LanceNet, no dia 06/05, que informa que a Secretaria está fechada para atendimento externo, mas trabalhando internamente em sistema de rodízio, tendo assim funcionários disponíveis para ajudar na verificação da lista.
Desconhecia tal procedimento.
Mesmo informado pela imprensa desse contexto, discordo veementemente em expor os funcionários da Secretaria do Vasco ao contato físico presencial, principalmente sabendo dos crescentes casos de contágio em nossa cidade. Trate-se de um risco absolutamente desnecessário e vão contra as recomendações das agências de saúde. Ademais, no caso da análise da lista de sócios, a análise remota pode ser feita sem prejuízos e riscos.
Pelos fatos expostos, comunico que, por motivos alheios a minha vontade, desafortunadamente, os trabalhos preparatórios para as Assembleias Gerais encontram-se paralisados.
Rio de Janeiro, 08 de Maio de 2020
Saudações Vascaínas,
Faués Cherene Jassus
Presidente da Assembleia Geral"
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