Brasileiro apadrinhado por Deco e indicado por Jesus faz sucesso na França
O torcedor brasileiro que pouco acompanha o futebol internacional pode ainda não ter ouvido falar de Raphinha, mas o atacante está em alta com a torcida francesa e recebido muitos elogios da mídia local. Curiosamente, para chegar ao Rennes, que fechou o campeonato nacional na terceira colocação — o torneio foi encerrado antecipadamente por causa da pandemia do novo coronavírus —, ele contou com o apoio do seu "padrinho" Deco e com a indicação de Jorge Jesus.
Quando era técnico do Sporting-POR, em 2018, o treinador português pediu a contratação do atacante que despontava no Vitória Guimarães. O clube conseguiu acertar com o brasileiro, mas o Mister não permaneceu no clube. Por isso, apesar da gratidão, Raphinha não chegou a trabalhar com o atual comandante do Flamengo.
Como também teve bom desempenho no Sporting, o gaúcho de 23 anos chamou a atenção do mercado da bola. Foi então que o Rennes resolveu contratá-lo. Para tanto, desembolsou 20 milhões de euros (R$ 91 milhões na cotação da época), em setembro do ano passado. Nesta temporada, ele já disputou 30 partidas até a pausa por causa da pandemia do novo coronavírus e marcou sete gols.
Já a relação com Deco começou bem antes. O atacante é aquele tipo de jogador que deixou o país cedo — nem chegou a atuar pelo profissional do Avaí. A carreira é administrada pelo ex-jogador do Barcelona, com quem mantém uma relação de amizade. Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, o atacante falou sobre a sua carreira, Jesus, Deco e até sobre a admiração pelo hoje adversário Neymar.
Confira a entrevista com Raphinha:
Adaptação ao futebol europeu
Para mim, particularmente, no começo foi muito difícil a adaptação. Não tive o problema da língua (morava em Portugal), mas teve a adaptação ao estilo de jogo, e era cultura diferente e precisava ficar longe da família e amigos. Foi complicado. A gente passa por muitas coisas. Pensei em desistir e voltar para o Brasil, mas era o que queria e gosto de fazer.
Relação com Deco
Tenho uma relação muito boa com ele. Já deixou de ser apenas uma relação de empresário e jogador. A amizade é boa com ele e a família. Acaba sendo normal ele dar conselhos e puxão de orelha.
Jorge Jesus
Não tive contato direto com o Jesus, meu empresário é quem teve. Sabíamos do real interesse dele de trabalhar comigo, foi aquilo que ele passou para o meu empresário. Sabíamos que seria um bom para projeto pessoalmente e para o clube.
Duelo com Neymar
Ainda não tive a oportunidade de jogar contra ele. Sem dúvida, é um jogador em que me espelho muito. As minhas características de jogo são próximas das dele. Eu o acompanho desde o início da carreira e, se tiver a oportunidade de trocar a camisa com ele, será prazeroso.
Sem pressão por ser um dos jogadores mais caros da história do clube
Penso só em jogar futebol. É normal jogador saber valores e tal, mas deixo mais com o meu pai e com o Deco e procuro focar só em jogar futebol. Levo essa pressão de uma maneira mais leve.
Campeonato Francês encerrado sem a bola no campo por causa da pandemia
É uma infelicidade não terminar da maneira correta, mas é necessário para um bem maior.
Treino na quarentena
O clube emprestou aparelhos de preparação física e passou as instruções por WhatsApp. A rotina depende do trabalho que eles passam, tem dias que são de dez a 11 quilômetros. A gente que está adaptado a fazer os trabalhos no campo e acaba sendo diferente fazer os exercícios em casa. Vai precisar de uma adaptação mais delicada, aquilo que a gente faz academia. Não chutamos uma bola e vamos para o campo. Vai demorar um pouquinho para nos adaptarmos, mas nada fora do normal.
Futebol brasileiro x futebol europeu
Falando daqui da França, em comparação com o Brasil, é muito diferente a velocidade do jogo, em termos de força e resistência. O Brasil está um pouco atrás em relação a isso, O futebol brasileiro tem muito a evoluir. Os clubes têm muita qualidade para fazer o jogo mais rápido, com mais força e mais físico, Os jogadores têm muita qualidade para fazer isso acontecer. Só depende de querer fazer.
Alvo de faltas
Aqui o Campeonato Francês é muito físico, é muita força. É normal que os zagueiros cheguem mais firmes. Acredito que é uma cultura, a gente que tem estilo de jogo de partir para cima sofre com isso. É normal.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.