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Após rifa, antigo campeão da Copa do BR leiloará medalhas e lançará camisa

Medalha da Copa do Brasil de 2005 conquistada pelo Paulista de Jundiaí - Reprodução/Facebook Paulista Futebol Clube
Medalha da Copa do Brasil de 2005 conquistada pelo Paulista de Jundiaí Imagem: Reprodução/Facebook Paulista Futebol Clube

Marcello De Vico e Vanderlei Lima

Do UOL, em Santos e São Paulo

16/05/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Paulista de Jundiaí vive crise financeira por conta da paralisação do futebol
  • Campeão da Copa do Brasil em 2005 faz ações de marketing para gerar receita
  • Clube está sem presidente e hoje é 'comandado' por torcedores e conselheiros
  • Paulista faz rifa e planeja leilão de medalhas da histórica conquista de 2015
  • Além disso, vende máscaras contra o Covid-19 e lançará camisa comemorativa

Campeão da Copa do Brasil de 2005, o Paulista de Jundiaí se encontra, 15 anos depois, em um cenário completamente diferente daquela temporada em que superou o Fluminense na grande decisão e fez história no futebol brasileiro. Sem comando e em uma grave crise financeira especialmente por conta da pandemia do novo coronavírus, o clube do interior paulista recorre a rifas e agora planeja um leilão com medalhas do título encontradas em uma sala do clube.

A rifa de uma das medalhas teve início no último sábado (9); são dez números a R$ 10. Fora isso, a venda de máscaras de prevenção ao Covid-19 com estampa do Paulista e o lançamento de uma camisa comemorativa de 111 anos do clube — a serem comemorados amanhã (17) — agitam o evento que acontece a partir das 8h30 de hoje (16), no Jayme Cintra.

Como o Paulista atualmente está sem presidente, uma vez que Rogério Levada renunciou ao cargo no mês de abril para 'iniciar uma nova atividade em outras cidades', os eventos do clube estão sendo organizados pela Torcida Uniformizada Raça Tricolor, em especial pelo presidente da organizada, Rodrigo Alves, que também é conselheiro e tenta assumir o comando do clube.

Camisa comemorativa do aniversário de 111 anos do Paulista de Jundiaí - Facebook/Paulista Futebol Clube - Facebook/Paulista Futebol Clube
Imagem: Facebook/Paulista Futebol Clube

"Hoje, o Paulista não tem um presidente, não tem uma diretoria formada, só tem uma chapa que eu apresentei para o Conselho Deliberativo e dependo da aprovação dele para assumir o clube. É uma chapa formada por conselheiros e torcedores que já estão fazendo ações como essas das máscaras, das camisas... Como o clube está sem presidente, essas ações estão sendo puxadas pela torcida, para levantar fundos e alguém assumir o clube. Só que depende da aprovação do conselho", conta Rodrigo Alves em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

Sem dinheiro em caixa e envolvido em uma crise que ficou ainda maior por conta da paralisação do futebol, a ideia é explorar ações de marketing para gerar receita. As medalhas encontradas em uma sala do clube, por exemplo, podem parar na casa de um torcedor.

"A gente acredita que essas 25 medalhas vieram da CBF pra presentear algumas pessoas da cidade, só que não foram distribuídas, ficaram armazenadas lá. São medalhas comemorativas da Copa do Brasil, faz 15 anos. A gente abriu uma sala do clube e as medalhas estavam todas jogadas numa caixa, mas sem identificação nenhuma. São da Copa do Brasil, são idênticas, mas a gente não sabe avaliar se é original ou não. Tem a menção que é pela Copa do Brasil", diz.

Na onda da prevenção à Covid-19, máscaras de proteção com a marca do Paulista de Jundiaí serão vendidas a R$ 5 não apenas hoje (16), mas também nos próximos sábados. Já a camisa comemorativa custará entre R$ 100 e R$ 120 — inicialmente, serão colocadas 300 unidades à venda.

"Estaremos vendendo as máscaras do clube e lançando a camisa de 111 anos, comemorativa. E uma dessas medalhas estamos rifando para o torcedor, para ele ter esse privilégio de ter uma medalha dessa nos 111 anos do clube. Apenas uma medalha será rifada, e com as outras pretendemos fazer um leilão, algumas ações que gerem receita para o clube, o marketing vai decidir. Mas é bom deixar claro que o clube vai ter pelo menos dez medalhas no museu, na sala de troféu. A gente tem o troféu da Copa do Brasil e tudo isso está intacto, ninguém tira do clube."

"Por causa da Covid-19, a gente já vendeu duas mil máscaras. No sábado, mil máscaras esgotaram em 40 minutos, e essa compra é porque tem essa possibilidade de um grupo de conselheiros assumir o clube, então, a torcida já está comprando a ideia. Eu assumiria, como conselheiro tenho legitimidade. Eu, além de presidente da torcida, também sou conselheiro", comenta.

Amanhã (17), dia em que o Paulista completa 111 anos de existência, haverá uma 'live' com nomes importantes da história do clube. "Nenê, o ex-goleiro Rafael Bracali, Edu Lima, Fabio Vidal, entre outros ex-jogadores. Será pela página do clube, paulistafutebol.com.br, e as redes sociais estarão replicando", explica Rodrigo Alves. A transmissão acontece às 10h.

A última participação do Paulista de Jundiaí na elite do Campeonato Paulista aconteceu em 2014. No ano passado, o clube do interior disputou a quarta divisão estadual e conseguiu o acesso à Série A3. Porém, a campanha até a parada da competição por conta do coronavírus era desesperadora: apenas sete pontos em 11 jogos — com apenas mais quatro partidas a serem disputadas na primeira fase — e a lanterna isolada da tabela.