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Fábio aponta erros da diretoria do Cruzeiro em campanha do rebaixamento

Goleiro Fábio, em treinamento do Cruzeiro na Toca da Raposa - Vinnicius Silva/Cruzeiro
Goleiro Fábio, em treinamento do Cruzeiro na Toca da Raposa Imagem: Vinnicius Silva/Cruzeiro

Do UOL, em Belo Horizonte

18/05/2020 18h21

Fábio crê que faltou comando da diretoria do Cruzeiro na queda para a Série B do Campeonato Brasileiro, ocorrida em 2019. O goleiro aponta erros desde o ano da primeira conquista da Copa do Brasil, em 2017, e cita que não houve comando da cúpula em momentos determinantes.

"Eu tenho certeza que não foi só uma situação. Foram situações decorrentes lá da primeira conquista da Copa do Brasil, onde a gente deixou coisas erradas passarem porque foi campeão. No ano seguinte, a mesma coisa. Aconteceram muitas coisas que a gente acobertou por causa do título. No futebol acontece muito, mas você acoberta por causa do título. A gente passa a ideia de que pode tudo", disse ao Canal Pilhados.

"Se esconde muita coisa, decisões que têm que ser tomadas, que quando estão ganhando, são amenizadas. Tem que ter um comando, presidente, vice-presidente, diretor, técnico e jogador. Você tem que saber separar ser amigo da hierarquia. Isso deixaram a desejar. Em todos os setores. Cada um tinha que ter exercido as suas funções da melhor forma possível", acrescentou.

Remanescente do elenco que esteve na campanha do rebaixamento, o dono da camisa 1 crê que os atletas tinham mais poder que os diretores em determinados momentos:

"Em algumas situações, sim. A gente tinha muito poder em situações que eram, às vezes, da diretoria, tanto do vice-presidente quanto do presidente na ocasião e até do treinador. As pessoas fecham os olhos porque ganhou. Quando ganhou, você deixa de cobrar. As coisas se perdem muito neste caminho. Nos bastidores, foram momentos de muita cobrança, mas algumas a diretoria tinha que tomar uma atitude mais drástica e se colocar como a cabeça de uma grande equipe, de um grande nome que é o Cruzeiro", avaliou.

"Todos os jogadores em situações estavam mais aptos em tomar decisão que quem tinha que tomar. Infelizmente, vocês viram o que aconteceu de fora. Nos bastidores, a gente tentou controlar, mas tinha situações que era a diretoria quem tinha que resolver. A gente fez reunião, chamou quem tinha que chamar. Todos os jogadores cobravam muito, até dentro de toda a amizade que tinha. Todos os jogadores cobravam muito, mas dentro de campo não estava rendendo", completou.

O goleiro relembra também o episódio que decretou a demissão de Rogério Ceni. Na ocasião, os atletas mais experientes do plantel se voltaram contra o treinador, que acabou demitido após um empate por 0 a 0 com o Ceará, em Fortaleza.

"Esse e bem antes também do Rogério Ceni. É como falei, começa lá em 2017. Não foi só o fato do Rogério Ceni. O fato do Rogério Ceni tem outras situações. Acham que só os jogadores fizeram isso para tirar o Rogério. O Rogério também teve a parcela dele de erro, mas futebol é assim. Quando duas coisas começam a dar confronto interno, vai ter desgaste e dano. Isso acontece e foi o que aconteceu", concluiu.

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