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Como candidato à presidência do Vasco 'atravessou' Botafogo por Yaya Touré

Yaya Touré atuou pelo Barcelona, da Espanha, e pelo Manchester City, da Inglaterra - Getty Images
Yaya Touré atuou pelo Barcelona, da Espanha, e pelo Manchester City, da Inglaterra Imagem: Getty Images

Alexandre Araújo e Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

22/05/2020 04h00

Candidato à presidência do Vasco, Luiz Leven Siano garantiu, ontem (21), ter um acordo com Yaya Touré caso vença o pleito cruz-maltino. O jogador, porém, vinha negociando com o Botafogo e, no lado alvinegro, havia um certo otimismo em relação a um acerto após a pandemia de coronavírus.

Segundo o UOL Esporte apurou, a diretoria do Botafogo e Leven Siano chegaram ao volante marfinense por caminhos distintos, o que também acabou fazendo a diferença no decorrer das tratativas.

Yaya Touré foi oferecido ao clube de General Severiano por Marcos Leite. O empresário é o mesmo que no começo do ano havia conduzido as negociações com o japonês Honda, que tiveram um final feliz. Ele mantinha contato com Leon Mann, agente do marfinense em Londres.

As conversas avançaram e estiveram bem perto de um desfecho positivo, mas, na última hora, não se chegou a um denominador comum. Ricardo Rotenberg, vice-presidente comercial e de marketing do Glorioso, chegou a dar a negociação como encerrada pouco antes da pandemia de coronavírus.

No decorrer da paralisação, porém, houve uma mudança de cenário e as partes retomaram o negócio. O Botafogo, que também já tinha o nigeriano Obi Mikel no radar, chegou, inclusive, a indicar otimismo por Yaya, mas aguardava o retorno das atividades para intensificar os contatos.

Em recente entrevista ao UOL Esporte, Carlos Augusto Montenegro, membro do comitê gestor, apontou que, caso Yaya viesse para o Brasil, seria para jogar pelo Alvinegro.

"Desde que surgiram essas conversas malucas por aí, entramos em contato com o Yaya. O próprio jogador nos disse que o sonho dele é encerrar a carreira no Brasil, país que ele é muito fã. E disse com todas as letras que ficou apaixonado pelo clube e que no Brasil só jogaria pelo Botafogo. A torcida o encantou, ele foi estudar nossa história e ficou apaixonado também", disse.

Por outro lado, Leven Siano, líder da chapa "Vai dar Vasco", teve conversas diretamente com a Entourage Sports, empresa que agencia Yaya Touré. Além disso, durante as tratativas, contou com o apoio de Francisco López, que foi diretor financeiro do Barcelona nos tempos que o volante vestiu a camisa do clube catalão.

López, que, segundo Leven, já recebeu um convite para assumir um cargo de direção no Vasco em caso de vitória na eleição, teria sido fundamental para "passar credibilidade" ao jogador.

Outro ponto que pesou é que o candidato conseguiu chegar aos valores pedidos pelo marfinense como garantia. Um bate-papo com ele e família, por telefone, também aconteceu para que fosse passado um panorama da vida no Rio de Janeiro, destino que causava certo temor.

Ainda segundo o UOL Esporte apurou, Marcos Leite foi pego de surpresa ao ver o vídeo do anúncio, em que o próprio jogador avisa que quer ver a torcida cruz-maltina em breve.

Na transmissão em rede social, durante o anúncio, o presidenciável demonstrou entusiasmo.

"Uma contratação feita por um candidato, algo inédito no futebol mundial, porque estou aqui dando sangue, suor e lágrimas. Entrando, no ringue para lutar e não ficando acanhado. Chega de um Vasco tímido. Viva um Vasco campeão, eficiente e capaz de fazer vocês vibrarem novamente", afirmou Leven, no anúncio feito em rede social.

Anúncio gera revolta entre alvinegros

Depois da publicação do vídeo, muitos alvinegros se mostraram insatisfeitos. Muitos cobraram um posicionamento de Montenegro e Rotenberg, dirigentes que estavam à frente das conversas.

O fato é que o Botafogo está bem incomodado com a situação e aguarda um retorno oficial de Yaya Touré para entender o ocorrido. Até porque o candidato do Vasco teria que vencer a eleição. O que tudo indica, no entanto, é que a história do Alvinegro com o marfinense chegou ao fim. De uma forma ou de outra.

"Se o Yaya não assinar o contrato com a gente, tudo bem. Vai ficar esperando a eleição do Vasco. Se o cara perder, abandona o futebol. Estávamos dando tempo por causa da pandemia, mas depois dessa situação ou ele assina o quanto antes ou não vem mais", disse Montenegro ao UOL Esporte.

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