'Corredor polonês' e pedras: apuros de quem viu título do Vasco no Equador

Existe história melhor para um vascaíno do que dizer para filhos e netos que assistiu ao maior título da história do clube ao vivo no estádio? Pois bem, este é um privilégio restrito a alguns cruzmaltinos que estiveram no dia 26 de agosto de 1998 no estádio Monumental Isidro Romero Carbo, em Guayaquil (EQU). A epopeia, porém, foi precedida de diversos perrengues que deram um sabor ainda mais especial à conquista.

O torcedor Bruno Amaral, por exemplo, tinha 19 anos quando rumou para a cidade equatoriana ávido por ver a taça da Libertadores ser erguida pelo capitão Mauro Galvão. Ele lembra dos percalços que aconteceram já na chegada ao local do jogo.

"A torcida adversária formou quase que um corredor polonês para nossa torcida descer do ônibus. Foi uma loucura! Nessa eu perdi meu boné, inclusive", disse ao UOL Esporte, revelando em seguida que a polícia local não havia feito um isolamento para comportar os vascaínos:

"Em seguida, ao entrar no estádio quase na hora de começar a partida, não havia lugar separado para a torcida do Vasco. Ficamos dando voltas na parte externa do estádio e os policiais perdidos, até que a partida iria começar e eles resolveram colocar a gente no meio da torcida deles (Barcelona) tentando abrir espaço e não teve jeito. Foi muita confusão".

Nas próprias imagens da TV, consegue-se perceber a torcida do Vasco sendo alvejada por pedras, garrafas e outros objetos, assim como aconteceu com o próprio banco de reservas em determinado momento da partida.

Do perrengue ao vip

Porém, nem só de perrengue o vascaíno Bruno viveu dentro do Monumental Isidro Romero Carbo. No meio do tumulto, ele acabou conhecendo uma família de torcedores do Barcelona que fez tudo mudar "da água para o vinho".

"Para me proteger da confusão, encostei em um paredão de uns dois metros abaixo do camarote. Uma família de equatorianos, muito gentilmente, me chamou e me ajudou a subir para o camarote deles. Eu e mais um, bem como aconteceu com outros vascaínos. De lá eu assisti ao jogo com comes e bebes e fui muito bem tratado. Ao final, trocamos camisas e tiramos fotos", destacou.

Confraternização com os jogadores

Bruno Amaral ainda teria um êxtase maior. Com o título consumado, o vascaíno ainda teve a oportunidade de ir ao hotel onde o Vasco estava hospedado e comemorou a conquista junto com o elenco.

"Confraternizamos com eles, fomos para o aeroporto também junto com os jogadores e lá batemos papo, tiramos mais fotos e seguimos viagem no voo fretado. Foi inesquecível!".

A TV Globo reprisará o título da Libertadores de 98 hoje (24), às 16h, para RJ, Juiz de Fora, ES, SE, AL, PB, RN, PI, MA, PA, AM, RO, AC, RR e AP.