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Flu mantém postura e critica convite de terceiros para reunião com Crivella

Presidente do Fluminense, Mario Bittencourt é contra a volta aos treinos durante a pandemia - Mailson Santana/Fluminense FC
Presidente do Fluminense, Mario Bittencourt é contra a volta aos treinos durante a pandemia Imagem: Mailson Santana/Fluminense FC

Do UOL, no Rio de Janeiro

24/05/2020 14h58

Por meio de uma longa nota oficial, o Fluminense afirmou não ter sido oficialmente convidado pela Prefeitura para a reunião que acontecerá na tarde de hoje (24) entre os clubes cariocas e o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, para tratar da volta aos treinos.

Contrário ao retorno, o Tricolor não se faria presente mesmo que houvesse um convite oficial, assim como o Botafogo, conforme o UOL Esporte informou.

O Flu aponta que a convocação foi feita por meio de uma mensagem no WhatsApp elaborada pela Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj), sem maiores informações.

O clube acredita que o evento teria cunho político, já que Crivella busca apoio do presidente Jair Bolsonaro para sua reeleição, e o mandatário do país é favorável à volta do futebol. Se estivesse presente, o Flu teme, então, parecer de acordo com a ideia, o que não confere com a realidade neste momento.

No comunicado, o Tricolor também reforça mais uma vez sua posição de ser contra a volta aos treinos e jogos neste período ainda de alto contágio da Covid-19.

Veja a íntegra da nota oficial:

" O Fluminense Football Club esclarece que não recebeu qualquer convite formal do gabinete do Prefeito do Rio de Janeiro para uma reunião com os clubes de futebol. A convocação, feita por whatsapp, partiu da Federação de Futebol do Rio de Janeiro, sem que houvesse informação e muito menos discussão prévia do tema a ser tratado com a autoridade máxima do governo da capital. O Fluminense optou por manter-se apenas em observação, sem que isso signifique qualquer posicionamento em relação à reunião, pois dela não tem informações.

Se há um posicionamento do Fluminense, esse sim reafirma-se agora nesta nota, é a decisão de somente voltar ao futebol quando as autoridades de saúde emitirem parecer respaldado pela comunidade científica autorizando a volta dos treinos presenciais e jogos, com indicações claras de procedimentos e normas.

O Fluminense reitera seu respeito à independência das decisões tomadas por outros clubes e se coloca, de forma solidária, à disposição para os debates em torno do tema, desde que se deem no ambiente da ciência. E tomando por base uma visão clara da realidade do que está ocorrendo nos hospitais da rede pública de saúde onde é tratada a maioria de nossos torcedores, bem como de projeções feitas por autoridades sanitárias competentes sobre a curva de contaminação, sobre o comportamento social diante da necessidade de isolamento, a perspectivas de tratamentos e formas de prevenção. Enfim, das melhores informações disponíveis sobre a possibilidade de retorno de jogos.

O Fluminense entende a necessidade de volta dos jogos em razão de pressões econômicas, sobretudo entre os clubes de menor possibilidade financeira. Tanto assim que vem ele mesmo promovendo uma série de ações, como o lançamento de seu novo uniforme, descontos de incentivo para os sócios permanecerem em dia com seus mensalidades, ações de aproximação e exposição da marca de nossos patrocinadores, entre várias outras que ainda estão por vir. Mas não dará um passo em direção ao campo enquanto não houver certeza sobre as condições seguras para nossos atletas, nossos profissionais e nossa torcida.

Nosso entendimento é de que jogos sem público não impedem aglomerações. Se não forem ao estádio, as pessoas se juntarão em frente a televisores de bares, que insistem em permanecer abertos, sobretudo nas periferias, onde o isolamento social tem tido menor adesão. O futebol, por movimentar paixões, deve estar ciente de seu compromisso social e não alimentar ansiedades.

O retorno aos treinos e campos não é apenas uma questão de saber como se poderá voltar. Ou seja, não se trata apenas de protocolos médicos. É também uma questão de quando, pois precisam ser colocadas em perspectiva todas as influências que o futebol pode causar. Saber o momento certo da curva de contaminação e nos locais certos são fatores que devem se somar ao "como" que está expresso em protocolos.

Sabemos que, como clube, estamos bem acompanhados nessa discussão. E não falo apenas dos clubes que mantém posição igualmente firme pelo não retorno neste momento. Estamos acompanhados de milhares de profissionais de saúde, cientistas e gestores públicos que conhecem melhor do que todos a gravidade da pandemia e suas consequências para a vida de todos".

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