Justiça não consegue notificar Zezé Perrella de bloqueio de bens
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais determinou, em março deste ano, o bloqueio de R$ 1.294.024,79, em bens, do ex-senador Zezé Perrella (MDB), em ação que o investiga por improbidade administrativa. No entanto, o ex-presidente do Cruzeiro ainda não recebeu nenhum mandado de notificação por não ter sido encontrado pela Justiça.
O ex-presidente do Cruzeiro é acusado de enriquecimento ilícito e lesão ao erário entre 2007 e 2010, quando era deputado estadual, em ação movida pelo Ministério Público do estado. O caso corre na Justiça desde 2015, quando Perrella ainda era senador.
O último pedido de expedição de mandado pelo TJ-MG é de 27 de abril deste ano. No sistema eletrônico do tribunal não consta que ele tenha sido recebido pelo ex-parlamentar.
Mesmo sem ser oficialmente encontrado pela Justiça, Perrella participou da votação da presidência do Cruzeiro, na sede social do clube, em Belo Horizonte, na última quinta-feira. O ex-dirigente foi hostilizado pela torcida e recebeu cusparada no local. Seu advogado, Sérgio Santos Rodrigues, foi eleito o novo presidente do clube.
Entenda o caso
A investigação da Promotoria do Patrimônio Público diz que Perrella recebeu quase R$ 1,3 milhão de verba indenizatória enquanto deputado, mas os gastos não teriam relação com a atividade parlamentar. Perrella é acusado de ter sido reembolsado por atividades de cunho privado ou por serviços não comprovados.
Como deputado estadual, ele tinha direito a até R$ 20 mil mensais para despesas como aluguel de imóvel ou transporte. À ocasião, ele era filiado ao PSDB.
Na ação, os promotores ressaltam que, no período para o qual pediu reembolso, Perrella faltou a 89 das 101 sessões na Assembleia, o que reforça as suspeitas de uso da verba para fins pessoais.
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