Vadão, ex-técnico da seleção feminina, morre em São Paulo aos 63 anos
Resumo da notícia
- Vadão morreu aos 63 anos, vítima da complicação de um câncer no fígado
- Ele estava internado na UTI de em um hospital de São Paulo desde o dia 18
- Treinador estava se tratando em Campinas e veio pra capital após complicações
Oswaldo Alvarez, o Vadão, morreu aos 63 anos, vítima da complicação de um câncer no fígado. Segundo apurou o UOL Esporte, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) foi informada pelos familiares do ex-técnico da seleção feminina na tarde de hoje (25). O comandante de Marta e companhia nas Copas do Mundo de 2015 e 2019 estava internado na UTI do Hospital Albert Einstein desde o último dia 18.
Não foram divulgados detalhes sobre velório e sepultamento, mas as manifestações dos clubes começaram instantes depois de confirmada a informação da morte de Vadão. Ponte Preta e Guarani, dois dos times mais marcantes na carreira do treinador, se pronunciaram sobre o assunto.
O clube alvinegro publicou uma nota instantes depois de confirmado o falecimento do treinador, que teve quatro passagens pela Ponte (2001 a 2002, 2005, 2006 e 2014).
"É uma perda enorme, tanto para o mundo da bola quanto para todos que conheceram o ser humano Vadão, uma pessoa muito querida e dedicada. A Ponte Preta está entristecida e se solidariza com toda a família e amigos. Vadão fará falta dentro dos campos e fora deles", lamentou Sebastião Moreira Arcanjo, presidente da Ponte Preta.
Vadão descobriu o câncer no início de 2020 e já em estágio avançado. O ex-treinador estava se tratando em Campinas, interior de São Paulo, mas veio para a capital depois de complicações.
A família do treinador tratava a doença sob sigilo absoluto e pediu a ajuda da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que respeitou o desejo e deu suporte para Vadão desde o início do tratamento.
Apesar de encerrar o compromisso com o treinador em julho de 2019, a CBF prorrogou o plano de saúde de Vadão até dezembro. Após a descoberta do câncer, a entidade máxima do futebol brasileiro sustentou o benefício para o treinador e ainda viabilizou a estadia no hospital de uma grande rede da capital paulista.
O último trabalho como técnico ocorreu justamente com o time feminino do Brasil na Copa do Mundo de 2019. O treinador acabou demitido depois da eliminação para a França, nas oitavas de final do Mundial.
Apareceu no "Carrossel Caipira", lançou Kaká e comandou a Rainha Marta
Vadão iniciou a carreira de treinador no Mogi Mirim, onde foi responsável por montar o famoso "Carrossel Caipira" no início dos anos 1990. Com o trio formado por Rivaldo, Leto e Válber, o time do interior encantou e ganhou evidência especialmente pelo esquema tático, semelhante ao da seleção da Holanda que revolucionou o futebol na Copa do Mundo de 1974.
O ex-técnico também o responsável por lançar o craque Kaká no São Paulo, no Torneio Rio-São Paulo de 2001. Ainda como "Cacá", o meia teve papel importante no título são-paulino.
Como treinador, Oswaldo Alvarez ainda comandou Guarani, Ponte Preta, Corinthians, Bahia, Goiás, Sport, Athletico Paranaense e XV de Piracicaba, dentre outros. Fora do Brasil, trabalhou no Tokyo Verdy.
Depois de duas décadas trabalhando com futebol masculino, Vadão ganhou a chance de comandar a seleção feminina na Copa do Mundo de 2015, quando caiu na fase oitavas de final para a Austrália.
No ano seguinte, levou o Brasil à disputa do bronze nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O time com Marta acabou derrotado pelo Canadá no duelo que poderia consagrar a equipe com um pódio no evento.
Vadão saiu da seleção feminina após a Rio 2016, mas retornou praticamente um ano depois para comandar novo ciclo de Copa do Mundo. No Mundial da França, no ano passado, a equipe comandada pelo treinador caiu novamente nas oitavas de final para a França.
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