Convergência digital e redes viram trunfos do Fla para acordo com a Amazon
A saída do Banco BS2 como patrocinador master do Flamengo já era negociada há meses e escancarou o caminho para o cada vez mais provável casamento com a gigante norte-americana Amazon.
Marca mais valiosa do mundo, segundo dados da consultoria "Brand Finance", a empresa de streaming e comércio eletrônico, dentre outros negócios, começa a colocar o pé com mais força no mercado brasileiro e vê no Fla uma oportunidade de entrar com tudo por aqui. Uma das chaves é o tamanho da torcida, é claro, mas a convergência e pensamento cada vez maiores do clube para seus canais digitais é um poderoso aliado nas negociações, já que há aí um casamento de interesses.
Com as atenções voltadas cada vez mais para suas redes, o Flamengo entende ter números sedutores para uma multinacional que pretende fazer barulho no Brasil e ser também uma parceira para a produção e compartilhamento de conteúdo no ramo de produção digital. Na Gávea, os canais oficiais são tratados como o futuro quando se pensa em "dinheiro novo".
A receita de televisão ainda ocupa o topo da pirâmide nesta categoria, mas o Rubro-Negro tenta captar negócios para além da exposição na camisa ou com os jogos. Um site de apostas, por exemplo, começou apenas patrocinando redes do clube e migrou para o uniforme após retorno positivo de mídia.
Os rubro-negros festejaram números atualizados divulgados pelo "Deportes & Finanzas", que atestam a força da "Nação" nas redes. Entre janeiro e abril, estudos apontaram o Fla como líder de engajamentos nas Américas (na frente dos Los Angeles Lakers, da NBA) e na 5ª colocação mundial (atrás de Liverpool, Barcelona, Manchester United e Real Madrid).
A Amazon acena com algo próximo de R$ 40 milhões para o Flamengo, valor considerado acima do mercado nacional. Mas além da quantia que dá um refresco no caixa, o Rubro-Negro entende que se aliar a uma marca deste tamanho eleva o patamar do clube no mundo. A volta aos treinos aumentou um pouco mais a visibilidade e serve como mais um dado nas conversas, embora não haja atividades ou entrevistas programadas para os veículos de imprensa até o momento. Fato é que o possível patrocínio é visto como uma porta de entrada para um novo mundo pelos dirigentes.
Antes da paralisação causada pela Covid-19, rubro-negros e norte-americanos chegaram a ficar a um passo da fase de troca de documentos para a formalização. As conversas desaceleraram um pouco, mas não foram interrompidas em momento nenhum. O tema é tocado pela cúpula, que entende que o final feliz virá.
Os executivos do Banco BS2 apontam "decisão estratégica" para a retirada, mas o cenário mundial e o iminente acerto foram convenientes para o rompimento. Sem ter como competir financeiramente, a saída mais razoável foi pela lógica da economia em tempos de crise. Havia a possibilidade do exercício de uma cláusula por mais tempo de relacionamento, mas a instituição optou pelo pagamento de multa e a saída em 30 de junho.
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