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Atlético-MG gasta mais com salários e futebol em 2019 e aumenta empréstimos

Sérgio Sette Câmara, presidente do Atlético-MG, aumentou gasto com salários e contraiu novos empréstimos em 2019 - Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG
Sérgio Sette Câmara, presidente do Atlético-MG, aumentou gasto com salários e contraiu novos empréstimos em 2019 Imagem: Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

30/05/2020 04h00

O Atlético-MG obteve o recorde de receita de sua história — R$ 353,9 milhões. Todavia, aumentou os gastos com salários e direito de imagem no segundo ano da gestão Sérgio Sette Câmara, de acordo com o balanço financeiro referente a 2019. O documento foi obtido pelo UOL Esporte após divulgação de alguns trechos pelo Globoesporte.com. O clube detalhou também os empréstimos contraídos com instituições financeiras e pessoas físicas no decorrer da administração.

O Galo aumentou o custo com pessoal — o que inclui direito de imagem de atletas e comissão técnica — de R$ 118 milhões, em 2018, para R$ 148,6 milhões, no ano passado. O custo com atividades de futebol subiu de R$ 70,8 milhões na primeira temporada sob a batuta do atual mandatário para R$ 114,4 milhões em seu segundo ano. Os empréstimos são avaliados em R$ 311,6 milhões, incluindo os que devem ser pagos a bancos e os contraídos com pessoa física. No ano anterior, o número era de R$ 253,1 milhões.

A rubrica custo com pessoal / direito de imagem é dividida em dois pontos. A primeira se refere a salários e encargos sociais. O Galo gastou R$ 91,4 milhões em 2018 e elevou o valor para R$ 113,2 milhões no ano seguinte. Os gastos com direito de imagem de atletas e comissão técnica subiram de R$ 26,5 milhões para R$ 35,3 milhões.

Sette Câmara (à esquerda) comandou futebol do Atlético-MG ao lado de Rui Costa em 2019 - Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG - Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG
Sette Câmara (à esquerda) comandou futebol do Atlético-MG ao lado de Rui Costa em 2019
Imagem: Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG

A rubrica seguinte, nomeada custo com atividades do futebol, inclui amortização dos direitos econômicos (que subiu de R$ 22,2 milhões para R$ 34,5 milhões), despesas com competições (de R$ 12,8 milhões para R$ 20,4 milhões), custo com atletas negociados (de R$ 28,1 milhões para R$ 48,5 milhões) e outros custos com futebol (de R$ 7,5 milhões para R$ 10,9 milhões).

Em que pese os gastos mais elevados, a receita do futebol profissional também aumentou de R$ 237,7 milhões para R$ 282,8 milhões. Isso se deve, sobretudo, às melhorias em receitas de bilheteria (que subiram de R$ 8,1 milhões para R$ 16,8 milhões), de direitos de transmissão e imagem (de R$ 99,8 milhões para R$ 120,8 milhões) e transferências de atletas (de R$ 80,7 milhões para R$ 106 milhões). A receita total — R$ 353,9 milhões — é um recorde na história do clube.

Empréstimos do Atlético-MG

Ex-presidente Ricardo Guimarães é um dos principais credores do Atlético-MG - Bruno Cantini/Atlético-MG - Bruno Cantini/Atlético-MG
Ex-presidente Ricardo Guimarães é um dos principais credores do Atlético-MG
Imagem: Bruno Cantini/Atlético-MG

Dentre as instituições financeiras, o Banco BMG segue como maior credor do Atlético-MG. A empresa, que tem o ex-presidente Ricardo Guimarães como sócio-proprietário, tem a receber R$ 76,4 milhões. Em 2018, a situação era mais amena, quando a dívida era de R$ 60,7 milhões. Os vencimentos dos débitos são julho de 2019, junho de 2020 e março de 2022. Os encargos mensais são de 0,80% mais CDI e pré-fixado de 1,24%.

A dívida com o Banco Daycoval, também ligado à família de Ricardo Guimarães, é de R$ 25,8 milhões. Em 2018, o valor era de R$ 9,7 milhões. Os débitos vencem em outubro de 2019, novembro de 2020 e dezembro de 2020. Os encargos são de 0,80%.

O Polo Clubes Fundo de Investimentos, responsável por adiantar cota de TV, viu o Galo amortizar parte da dívida. Em 2018, o débito era de R$ 32,8 milhões. Hoje, o número é de R$ 29,6 milhões. Os encargos mensais são de 0,80%. A dívida vence em abril de 2021 e agosto de 2023.

O Atlético contraiu uma linha de crédito de R$ 14,8 milhões com o Banco Inter, ligado à família Menin. Não havia débito com a instituição financeira em 2018. A dívida deve ser quitada em fevereiro de 2020, março de 2020 e dezembro de 2020. Os encargos são de 0,80% a 1,00% mais CDI.

Com o Banco Mercantil do Brasil, o empréstimo de R$ 3,6 milhões de 2018 subiu para R$ 5,9 milhões em 2019. Os pagamentos estão datados para julho de 2019, dezembro de 2020 e janeiro de 2021. Os encargos são de 1,02% a 1,07% mais CDI.

Os maiores credores do Galo não são especificados nominalmente. O clube deve R$ 158,9 milhões a pessoas físicas ou pessoas jurídicas não financeiras. Em 2018, o valor era de R$ 146,2 milhões. Os vencimentos são em dezembro de 2021 e dezembro de 2022. O valor varia conforme a Taxa Selic.

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