Dupla 'rivalizou' nos torneios de favela e agora atua junta no Vasco
Cidade de Deus e Rio das Pedras. Duas famosas comunidades situadas na zona oeste do Rio de Janeiro. Foram em torneios disputados nestes locais que Ribamar e Marcos Júnior se viram pela primeira vez, antes mesmo de imaginarem que um dia estariam atuando juntos num clube de massa como o Vasco.
No Cruz-maltino desde o ano passado, Marcos Júnior relembra como se iniciou a amizade:
"Eu conheço o Riba desde criança. Ele morava na Cidade de Deus e eu em Rio das Pedras, e nos campeonatos, às vezes eu jogava lá e vice-versa, e aí a gente foi se conhecendo, até porque muitos amigos em comum que jogavam, já nos conheciam. Então, foi mais fácil de nos conhecermos. E dali em diante continuou nossa amizade", recordou.
Dois anos mais velho, o volante garante que os duelos foram poucos, mas que quando se enfrentaram, ele levou a melhor.
"Nessa época que nos conhecemos, não jogávamos contra, porque como ele é nascido em 97 e eu em 95, era difícil a gente se enfrentar, mas quando crescemos mais um pouco, chegamos a jogar um campeonato contra. A final foi meu time contra o dele, e meu time ganhou. Mas era difícil marcá-lo. Dava trabalho, bastante trabalho...(risos)", se recorda Marcos Júnior ao UOL Esporte.
Já o atacante, faz elogios a Marco Júnior e ressalta que era uma "rivalidade de irmão"
"Era uma amizade bacana. Eu morava na Cidade de Deus e ele em Rio das Pedras, então, sempre jogávamos contra. Marcos Júnior é um moleque muito bom. A gente jogava contra, tinha aquela rivalidade, mas era uma rivalidade de irmão mesmo", afirmou.
"Sofri um pouquinho [com a marcação de Marcos Júnior]. É um jogador inteligente, marcava bem, mas a característica dele era de controlar o jogo, de decidir as partidas para o time dele. Então, não sofri tanto com a marcação (risos)", completou.
Os contatos entre eles se mantiveram mesmo quando os caminhos não estavam mais tão próximos.
"Antes de me profissionalizar, sempre nos falamos bastante. Eu me profissionalizei pelo Botafogo e mantinha o contato. Depois, fui para a Alemanha [atuou no 1860 München] e continuávamos nos falando. Agora, no Vasco, fico feliz de reencontrá-lo e de estar jogando junto com ele. É um moleque que conheço há muito tempo, sonhávamos juntos, e hoje estamos realizando isso"
Segundo Marcos Júnior, a amizade de anos o ajudou a se adaptar mais rápido ao Vasco, após se destacar no Campeonato Carioca de 2019 pelo Bangu:
"Antes de eu ir para o Vasco, a gente já mantinha contato, às vezes até se encontrava. Então, minha adaptação no Vasco foi até mais fácil porque ele já estava no clube, ele me ajudou bastante. E reencontrá-lo num time grande foi bom demais, fiquei muito feliz, tanto por mim quanto por ele."
Marrony se junta e forma "Tropa do Ainda"
No Vasco, Marcos Júnior e Ribamar absorveram mais um jogador para o seu "clã". O atacante Marrony, que, com 21 anos, é o caçula do grupo. Junto, o trio formou a "Tropa do Ainda", que partiu de uma gíria que passaram a utilizar e que não tem uma explicação muito complexa.
"É uma continuação de um assunto (risos). É como se eu perguntasse para o Ribamar: 'Você vai treinar amanhã?'. Aí ele vai dizer: 'Ainda'. É como se fosse uma afirmação (risos)", tentou explicar Marcos Júnior à Vasco TV.
Mesmo sem muito sentido, o fato é que a expressão pegou entre os torcedores e motivou até mesmo Marrony a tatuar a palavra "ainda" em seu braço direito.
"O Ribamar falou que ia fazer também", exclamou Marrony na live vascaína.
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